18 de outubro de 2012

Cuidados para tocar o seu instrumento




Hoje estarei falando um pouco sobre como proceder antes, durante e após tocar o nosso instrumento. Primeiramente gostaria de ressaltar que usarei como base o violino, mas que todos os instrumentos sejam eles a viola, o cello ou contrabaixo seguem a mesma didática, diferindo apenas no modo de tocar e, consequentemente, a postura.

A figura ao lado, mostra alguns exercícios diários de alongamento que podemos fazer antes de começar a tocar, para manter relaxado o corpo ao tocar o instrumento.

Uma coisa é certa... podemos notar que os violinistas são ruins em duas coisas: sentar corretamente e desconhecer seus limites. Já ouvimos e lemos muitas histórias sobre praticantes (músicos e esportistas) que treinaram por 2, 5, 8, 10 ou tantas outras horas, sem intervalos ou reidratação, apenas por pura prática. O fato é que se uma pessoa praticar em demasia, sem os devidos descansos, poderá ferir-se seriamente antes mesmo de se apresentar.


ALGUMAS PRÁTICAS PARA EVITAR LESÕES E DESCONFORTO



1. Alongamento - não apenas os atletas precisam se alongar antes de praticarem seus esportes. Ao se preocupar especificamente com os braços, antebraços, punho e mãos e alongar por alguns minutos antes de cada prática, o(a) Violinista, pode obter resultados melhores e uma possibilidade mínima de problemas.




 2. Sentar-se em linha reta - cada pessoa tem esse conhecimento, porém, poucas seguem. Principalmente quando se trata de estudar sozinho. Quem toca um violino ou uma viola, deve criar sua boa postura automaticamente, sentando-se no meio ou na borda da cadeira e mantendo suas costas eretas. Não podemos inclinar ou relaxar, criando uma postura errada. Mantenha as pés em ângulo de aproximadamente 90º, ou seja, a perna direita vai ficar ligeiramente deslocada.



3. Use uma espaleira - alguns violinistas preferem não usar a espaleira no instrumento, uma para não arranhar o instrumento ou porque encontram um enorme desconforto e um grande volume entre o instrumento e o ombro. Hoje em dia existe uma infinidade de modelos diferentes de espaleiras que se adequa aos mais diferentes gostos. Se além disso, você realmente não encontrar a espaleira perfeita, basta colocar uma pequena esponja entre o pescoço e o instrumento, o que irá manter o seu pescoço elevado (em vez de estar diretamente sobre o instrumento).



4. Mantenha seu punho direito relaxado - não importa o quão dramática a passagem da música seja, você deve ser capaz de tocar com um pulso solto em combinação com o movimento de seu braço. Aqui vai uma dica: se você está se movendo qualquer coisa acima de seu cotovelo direito, seu pulso é muito apertado. Isto pode causar uma sensação de dor em sua mão e pode levar a problemas nas articulações ou ossos. Pratique mover o pulso e braço inferior sem segurar o arco, mas como se fosse: assistir a amplitude de movimento você pode começar sem nunca mover o cotovelo.


5. Segurar o arco o levemente - um aperto forte incentiva aperto no pulso, causando dor nos dedos, no braço, ocasionando um movimento desnecessário com o arco. Se deve exercer uma pressão forte interna contra o arco sem segurar o arco. O punho deve estar reto para evitar que o ombro suba. Desta forma quando a corda é solta o arco pode se movimentar livremente na mão e girar sem atrito em seu próprio eixo.


6. Encaixar o violino no pescoço e ombro - o encaixe do instrumento está sendo realizada inteiramente pela força entre o pescoço e o ombro, por isso não há razão para  para tentar prendê-lo com a garganta, levantando o ombro ou forçando a cabeça a deitar sobre a queixeira. A mão esquerda tem que ficar completamente dedicada a comprimir as cordas no Espelho. A ação dos dedos nas cordas será compensado com o polegar fazendo o "outro lado da pinça". A mão esquerda deve ser leve como uma pena e estar totalmente livre na execução de qualquer movimento.



7. Tocar com a partitura ao nível dos olhos - alguns violinistas preferem olhar para baixo enquanto praticam, ajustando a estante da partitura fora do nível do olho. Por mais alto que seja seu biotipo, terá todos os ajustes próprios individuais. Diferente dos meus e assim sucessivamente. A tendência ao praticar sozinho é manter a estante realmente baixa o que faz com que a cabeça fica inclinada para baixo e saindo da posição naturalmente relaxada. Alinhamento, conforto e equilíbrio.



8. Conheça os seus limites - tocando ou praticando violino neste ponto das nossas vidas, ficou extremamente claro que não deve haver qualquer tipo de desconforto decorrente da exercício repetitivo, causando qualquer tipo de ferimento. Se sentir alguma coisa diferente, PARE, respire, tente refazer todos os passos dos movimentos efetuados. 



EXERCÍCIO PARA RELAXAR A MÃO E OS DEDOS

Assista abaixo um pequeno vídeo demonstrando como relaxar a mão e os dedos antes de começar a tocar



PS.: O texto acima é a tradução livre de um artigo que encontrei no ehow

8 de outubro de 2012

Os Arcos

COMO ESCOLHER UM ARCO?

Geralmente quando decidimos aprender um instrumento de cordas, seja o violino, a viola, o cello ou o contrabaixo, a primeira coisa que fazemos é comprar o instrumento antes de pensar em procurar um arco. A grande pergunta que muitas pessoas fazem é a seguinte: "O que é mais importante, o instrumento ou o arco?" O que posso responder é o seguinte: Você assiste um recital de violino ou assiste um recital de arco? O instrumentista (músico) é violinista ou um “arquista”? Portanto, creio que a pergunta já está respondida. Assim depois que encontramos o instrumento ideal (ou que cabe em nosso bolso...), o arco deve ser a próxima procura.

Quando saímos à procura de um arco, devemos ter em mente que não somente porque um arco é caro isso não lhe faz automaticamente um arco melhor!!!



Em termos de materiais o pau brasil é a melhor madeira para o arco. Outras madeiras são usadas para arcos mais simples e para arcos de estudante. Nos últimos 10 anos a fibra de carbono tem se mostrado uma opção interessante para a confecção de arcos e muita gente diz que a fibra de carbono é tão boa quanto o pau-brasil. Sendo que os arcos de fibra de vidro são usados para estudantes.

A crina do arco é tradicionalmente branca ou preta sendo que a crina preta é mais usada para arcos de contrabaixo. Muitos substitutos foram experimentados, mas a crina do cavalo é considerada ainda o melhor material. Quando estiver avaliando um arco certifique-se que a crina é nova ou pouco usada. Com o tempo a crina estica e perde sua habilidade de reter resina. Um bom arco com crina velha é como um bom violino com cordas velhas.

Abaixo segue alguns vídeos mostrando os diferentes arcos existentes.


 Arcos de Fibra de Carbono


Arcos Fein De Pau-Brasil Pernambuco


 Arcos Fein De Pau-Brasil Pernambuco Serie Ouro (Gold Monted)


Arcos Fein De Pau-Brasil Pernambuco Serie Premiere


HISTÓRIA


Criado há cerca de 7 mil anos pelos árabes, o arco é, até hoje, feito com os mesmos materiais, madeira e crina de cavalo.


Nos séculos XVI e XVII, os maravilhosos instrumentos de cordas sofreram grandes mudanças com o intuito de melhorar a sonoridade. Mas, nessa época, o arco usado pelos músicos era o que estivesse à mão, geralmente um simples arco barroco com aquelas modestas cordas de tripa. Apesar disso, foram criadas músicas e obras fenomenais, inigualáveis. Porém, o invento humano é, felizmente, infinito.

Com os compositores sempre criando novas obras para auditórios cada vez maiores, houve a necessidade de maior volume sonoro. Agora, já estamos falando do grande classicismo, das grandes orquestras. Nesse momento, as cordas passaram a receber muita atenção. E, por volta, de 1800, surgiram os grandes arqueteiros franceses, que passaram a desenhar e produzir o arco romântico, até hoje imitado.


MATERIAL

Um bom arco tem sua vareta feita de pau-brasil e de boa procedência, snakewood e ébano, bem como marfim autêntico e casca de tartaruga. Cada arco é confeccionado à mão, de acordo com a madeira utilizada.

A vareta é graduada em resistência e flexibilidade e, balanceada para o melhor tocar, de acordo com a preferência do instrumentista. Tem o talão em ébano, marfim e casca de tartaruga, com acabamento em madrepérola e prata ou ouro. Embora a maioria dos arcos siga o desenho tradicional francês, deve ser executado de forma a manter sempre a melhor flexibilidade possível em sua ponta.


CUIDADOS COM O ARCO

Encrinar
- Quando a crina não estiver mais retendo o breu (o som não será pleno / cheio)
- Quando estiver faltando crina
- Quando a crina estiver muito suja/velha

Fachatura
- É parte de metal, cordão de seda, plástico, etc. Têm durabilidade muito longa, porém a parte de couro deve ser trocada com maior freqüência para que não haja o desgaste da madeira da vareta.

Curvatura / Alinhamento
- O arco pode perder a curvatura e cambar para os lados com o uso constante, portanto a curvatura / alinhamento deve ser sempre conferidas e corrigidas para que se obtenha uma tensão ideal da crina.

Ponteira
- A ponteira de osso ou plástico deve ser trocada quando quebrar, pois sua função é proteger a madeira da ponta do arco que é uma área muito delicada e de grande vulnerabilidade.

Botão do Talão (parafuso)
- O parafuso deve estar sempre bem centrado ao arco. Com o uso constante existe um desgaste da madeira, por esse motivo o buraco do parafuso deve ser embuchado. A ponta do parafuso deve estar apoiada na madeira do arco (fundo do buraco), deste modo o botão não causará desgaste à madeira.

Talão
- O talão deve estar em perfeito ajuste com o arco, pois ele não pode ter movimentos de balanço.
- Quando isto acontecer haverá um desequilíbrio do arco sobre as cordas do instrumento. As ferragens do talão quando desgastadas devem ser trocadas (underslide, ferrule, bronze).
- Observação: os lubrificantes usados no arco devem ser: grafite (no underslide) e graxa especial seca (no parafuso).

Guardando
- Depois de utilizar, jamais esquecer de afrouxar o arco para prolongar sua vida útil.

Conserto
- Procure um luthier que saiba fazer reparos, não tente efetuar consertos por si mesmo caso não tenha experiência (não conhecendo ninguém; procure uma escola de musica ou conservatório – a maioria tem parceria com luthiers)


DICAS IMPORTANTES

Aqui vão algumas dicas para quem está começando a tocar, portanto fique atento aos principais requisitos de uma boa arcada:


Primeiro: Cordas soltas é claro!

Postura: Corpo, Violino e Arco na posição correta.

Movimentos: Naturais, Regulares e Contínuos.

Mudanças de Cordas: Treine bastante e com calma até tornar o movimento automático.


Se dedique para produzir som com qualidade e quantidade de som (Ponto de contato, Velocidade e Pressão).

3 de outubro de 2012

As posições no Violino

Bom pessoal, sei que quando decidimos e começamos a aprender um novo instrumento a melhor palavra que podemos usar para descrever o tão sofrido início é: PACIÊNCIA!!! 


Não é fácil aprender a tocar, principalmente se tratando dos instrumentos de corda. Tenho experiência própria com o meu violino. A primeira coisa que devemos fazer com o novo instrumento é se familiarizar, treinar bastante, se possível todos os dias e, principalmente, se comprometer a aprender. 

Existem pessoas na vida que nascem com o dom da música e nem precisam treinar, para isso é só pegar o instrumento que já sai tocando... porém, existem pessoas, no caso Eu, que se não comprometer a pegar o instrumento todos os dias e treinar bastante nunca consegue aprender nadica de nada. Então, não espere que você tenha um insight e de uma hora pra outra vai sair tocando pra todo lado. Mãos à obra, aliás, ao instrumento!!! 

Agora que já comentei um pouco sobre as dificuldades, vamos ao que nos interessa: POSIÇÕES. 

Primeiramente, quero deixar claro que estarei usando o Violino como exemplo, porém tudo o que for dito aqui, se aplicará aos outros instrumentos de cordas, como viola, violoncelo e ao contrabaixo, claro que as notas mudarão mas a lógica permanece a mesma. Ao final do post, disponibilizei para download as posições para o violino, a viola e o violoncelo. 

O primeiro contato que temos com a mão esquerda no braço do Violino são basicamente as cordas soltas e arcadas longas - da mais grave para a aguda , Sol (G), Ré (D), Lá (A) e Mi (E). Como todos já sabem entre Si/Dó e Mi/Fá, não existe Sustenidos ou Bemóis, ou seja estas notas estão eternamente juntas, as notas restantes passam a ter outra entre elas. 


Na figura ao lado, temos praticamente a primeira escala que aprendemos  no Violino, a de Sol Maior.  A posição dos dedos está descrito na linha de baixo em inglês (1st Finger trata-se do 1º Dedo, 2nd Finger do Segundo e assim sucessivamente).

De início iremos nos preocupar apenas com os três primeiros dedos - aonde as notas estão nos círculos com fundo cinza - o 4º Dedo, o mindinho, é um dedo particularmente difícil de posicionar e afinar, sendo de suma importância, dominar a técnica do 4º  Dedo.

Agora que já conhecemos as posições dos dedos, vamos às posições que poderão ser observadas no braço do violino quando na execução de qualquer composição/partitura. Usaremos a escala de G como exemplo de aplicação da 1ª posição. Vejamos o diagrama abaixo, que compreende na referida escala de G.



Por definição, usa-se como referência, o dedo 1 da mão da escala para definir a posição, ou seja, quando estamos no começo do braço do violino, temos a 1ª posição, logo, a disposição das notas, neste caso as notas da escala de G, ficaria da forma indicada na figura acima. Se colocarmos toda e extensão das notas no diagrama, poderemos visualizar de forma mais clara a disposição das posições no braço do violino. 

Confira abaixo 6 posições: As notas em destaque, indicam a localização do dedo 1 da mão da escala, o que define a referida posição.




Agora que já está explicado um pouco sobre as posições que podemos obter em nosso instrumento, deixo abaixo para download, um guia para aprendizado das notas referentes à 1ª posição na viola, violino e violoncelo.


Aqueles que não possuem cadastro no 4shared, é só clicar no link abaixo e fazer o cadastro. É super fácil e simples.



OBS.: Espero que tenha esclarecido um pouco sobre o que chamamos de posição ou como muito conhecem, oitavas. Se houver alguma dúvida quanto ao assunto tratado aqui ou mesmo quanto aos downloads, peço que entrem em contato pelos comentários. 



1 de outubro de 2012

Um pouco sobre as Orquestras




Passe o mouse sobre os músicos da orquestra para ouvir e saber mais sobre os instrumentos. Você também pode navegar pelo menu Instrumentos da Orquestra.




ORIGEM

A origem da palavra orquestra está no vocabulário grego. ORKHÉSTRA queria dizer "lugar destinado à dança". No século V a.c., os espetáculos eram encenados em anfiteatros ao ar livre e "orquestra" era o espaço situado imediatamente em frente à área principal de representação, que se destinava às evoluções do coro, que cantava e dançava. Também nesta área ficavam os músicos instrumentistas. Séculos depois, mais propriamente no início do século XVII, na Itália, as primeiras óperas começaram a ser executadas. Como eram imitações dos dramas gregos, o espaço entre o palco e o público, destinado aos músicos instrumentistas, também ficou conhecido como "orquestra". Daí a se batizar o grupo de músicos como ORQUESTRA não demorou muito.


ORQUESTRA DE CÂMARA

Uma orquestra de Câmara varia seu número de integrantes e instrumentos conforme o tipo de apresentação. Por exemplo, na imagem que a gente vê acima, da Orquestra de Câmara do Estado de São Paulo, o conjunto executa um repertório criado para instrumentos de corda com 21 músicos, 15 deles tocando violinos e seis com violoncelos.



ORQUESTRAS SINFÔNICAS E FILARMÔNICAS


Bem, uma orquestra Filarmônica, na sua origem, em nada difere de uma Sinfônica quanto à quantidade de instrumentistas, ou seja, não há diferença de sons e geralmente executam um repertório de música erudita. As duas se diferem apenas na sua natureza, pois as Filarmônicas eram orquestras mantidas por grupos de admiradores, enquanto as Sinfônicas são orquestras mantidas pela iniciativa privada ou governamental.  Sinceramente, hoje não se pode dizer no Brasil que haja uma orquestra filarmônica, pois todas, sem exceção, dependem do auxílio seja da iniciativa privada, seja dos governos municipal, estadual ou federal. Hoje em dia, esses dois tipos de orquestra têm uma composição semelhante. A orquestra costuma se apresentar com 80 a 90 músicos, divididos em quatro blocos principais de instrumentos:






CORDAS (61 instrumentos)
28 violinos, 13 violoncelos, 11 violas, 8 contrabaixos e 1 harpa

SOPRO — Madeiras (18 instrumentos)
4 flautas, 4 oboés, 5 clarinetes e 5 fagotes

SOPRO — Metais (18 instrumentos)
7 trompas, 5 trompetes, 5 trombones e 1 tuba

PERCUSSÃO (8 instrumentos)
3 tímpanos, 1 triângulo, 1 bombo, 1 reco-reco, 1 prato e 1 teclado



ORQUESTRA FILARMÔNICA E SINFÔNICA versus DE CÂMARA




Se compararmos esses dois tipos com uma orquestra de câmara, aí aparecem algumas distinções. A principal é o tamanho: uma orquestra de câmara é um conjunto bem menor e costuma ter, na maioria dos casos, entre oito e 18 músicos. Abaixo disso, o conjunto já passa a ser chamado de septeto, sexteto, quinteto e assim por diante. Todas essas formações executam a chamada "música de câmara" - no caso, a palavra "câmara" é sinônimo de "sala, quarto ou aposento pequeno". Ou seja, é um tipo de música erudita para pequenos espaços, executada por poucos músicos. Outra diferença importante é que, ao contrário das sinfônicas e das filarmônicas, as orquestras de câmara não costumam ter todos os tipos de instrumento, como os de corda, de sopro e de percussão. Na verdade, o mais comum é que elas tenham apenas um tipo deles - se for uma apresentação de corda, por exemplo, devem aparecer só violinos, violas, contrabaixos e violoncelos.

29 de setembro de 2012

Estereótipo dos Músicos


Saiba um pouco mais sobre as características e a personalidade de cada integrante da orquestra. Sei que parece brincadeira, mas me lembrei de muitos instrumentistas e músicos que conheço. Espero que gostem!!!





Maestro - Sujeito magro, porte austero. Veste-se muito bem, adoraria usar roupas mais confortáveis, mas a imagem não permite. Óculos é obrigatório. Careca (ou quase). Um cara normalmente chato, aquele que só é convidado para o "choppinho de depois do concerto" por obrigação. Olha a todos de cima, mas adoraria ser popular. Suas piadas não têm graça nenhuma, mas todos riem. Em suma, é o ídolo do violinista, mas, no fundo, no fundo, admira o trompetista. Carro preto ou prateado do ano.





Oboísta - Todo oboísta queria ser maestro, mas a timidez o impede. Sempre muito reservado, necessita ter tudo sob controle. Perfeccionista por natureza. Dedos finos e cabelo sempre bem alinhado. Fica sempre meia hora depois do ensaio, limpando o instrumento. Vai à manicure, mas é segredo! Seu momento de glória é dar o Lá para afinar a orquestra.






Violinista - Alto, sempre com pinta de importante. Adoraria ser maestro, mas acha uma posição muito inferior ao seu talento. Considera-se o mais importante da orquestra e tudo que diz reforça essa tese. Antes do ensaio, toca sempre partes do concerto de Brahms, para impressionar os outros violinistas. Quando o maestro chama a atenção de outro naipe, o violinista sempre dá um sorriso sarcástico, quase imperceptível. Sai de cada ensaio com o orgulho de "dever cumprido" e vai para casa - um apartamento minúsculo -, onde uma foto da mãe está acima do espelho gigante na sala.





Violoncelista - É um cara legal. Um amigo para toda hora, mas muito fofoqueiro. Sabe da vida de todos da orquestra. Adora tocar solos de violino nos harmônicos só para irritar os violinistas. Loiro, o cellista é mais charmoso do que bonito. Acha-se um privilegiado por não ter que levantar no final do concerto e é vaidoso.




Violista - É o coitado da orquestra. Introvertido, olhar triste. O maestro nunca lhe chama a atenção: afinal a parte a viola não tem importância mesmo. Começou na música com sonhos ambiciosos de ser um violinista de sucesso, mas por falta de talento ou estudo trocou para a viola e, desde então, é um frustrado. Juntamente com o pianista acompanhador, é um suicida em potencial, mas sem coragem para o ato. Carrega sempre o estojo surrado com a viola e sempre responde com um sorriso amarelo a pergunta "você toca violino?". Um segredo: todo violista tem um bom coração, mas ninguém percebe.





Contrabaixista - Baixinho e temperamental. Escolheu o contrabaixo para "impor respeito", mas o tiro saiu pela culatra. Estuda somente nos ensaios, a não ser que tenha que tocar uma peça barroca, onde é o único a tocar o baixo. Acha-se importante por sustentar toda a orquestra, mas na verdade sabe que ninguém o ouve. Sempre com camisa branca e cabelo curto Toca baixo elétrico secretamente.




Violonista - O melhor amigo de todo mundo. Companhia perfeita para o choppinho da tarde. Rabo de cavalo e óculos escuros são pré-requisitos. Relaxado e "eclético", mas odeia ser chamado de guitarrista. Tem vários amigos e várias namoradas. Jura que toca um instrumento clássico, mas não hesita em aceitar fazer "cachê" em barzinho de bossa nova. Passat velho ou bicicleta.




Pianista acompanhador - Olhar cabisbaixo, terno preto e surrado. Cabelos castanhos e despenteados. Carrega sempre uma pastinha com partituras. Odeia cantores, afinal "Não sabem contar". Auto-estima em baixa, é um suicida em potencial. Jura que nunca mais vai aceitar tocar "em cima da hora", mas sempre aceita uma emergência. Vive com a esperança de que alguém finalmente reconheça seu trabalho duro - o que nunca acontece.





Pianista solista - Cabelo preto e curto. Sempre ocupado porque precisa "estudar". Nunca vai a festas, e, quando aparece, vem sozinho e sai mais cedo. Quando olhamos em seus olhos, nunca sabemos o que está se passando pela sua cabeça. Tem um papo agradável, mas é um alienado em relação a assuntos extramusicais. Adora comparar gravações de outros pianistas. Tem sempre uma ou duas cantoras apaixonadas por ele, mas está sempre muito ocupado para relacionamentos. Admirado pelos violinistas, acha tocar música de câmara uma perda de tempo.



Organista - Cabelos completamente desalinhados, barba por fazer. Sempre correndo de um lado a outro carregando dezenas de partituras fora de ordem. Vive num mundo à parte. Óculos somente para leitura. Roupas amassadas e surradas. Um desavisado diria que é um professor de química ou um gênio incompreendido. Odeia pianistas. Solitário, mas fala pelos cotovelos, quando o assunto é dedilhado ou afinação da Renascença. "Deus é Buxtehude, Bach já foi prostituído pelos pianistas".





Harpista - Mulher, magra, e bem branca, com cabelos desalinhados. Muito tímida, nunca é vista entrando ou saindo dos ensaios, mas está sempre lá. Usa sempre vestidos compridos e meio "fora de moda", mas tem um sorriso simpático. Seu carro tem vários adesivos com harpas por todo lado. Adora chat rooms. Ninguém conhece seu namorado, mas ele está sempre por perto para colocar a harpa no carro depois do concerto.






Trombonista - Cabelo castanho e um pouco acima do peso. Sempre com uma piada na ponta da língua, o trombonista adora churrasco e a companhia de amigos. Adora Mahler, acha Beethoven meio devagar e morre de medo do Bolero de Ravel. Tem pelo menos um cachorro em casa e sempre que pode coloca um glissando só pra "dar um toque especial".




Trompetista - Adora sair para tomar cerveja com os amigos. Chega sempre atrasado no ensaio, mas nunca ninguém percebe. Os churrascos são sempre na sua casa. Se o maestro não está presente, fica sempre tocando a nota mais aguda possível para se mostrar. Tem os lábios rachados e usa isso para paquerar. Está sempre andando pelos bastidores fazendo "prrrrrrrrrft" com seu bocal.





Soprano - Gorda e metida não são adjetivos educados para se caracterizar uma soprano. Elas são avantajadas fisicamente e temperamentais. Têm que ser o centro das atenções - no palco e fora do palco. São invejadas pelos contraltos e adoram isso. São amantes excelentes, péssimas esposas. Vestem-se com roupas chamativas, adoram chapéus. Preferem champagne ao vinho e não sabem ler partitura: afinal aprendem tudo com o "ouvido maravilhosos que Deus lhe deu". Andam sempre acompanhadas de seu pianista-acompanhador preferido, que chamam de "maestro".





Tenor - Bem apessoado, jovem, bonito, charmoso e gay. Anda sempre com roupas modernas e na moda. Tem várias amigas e quer sempre "viver o momento". Tenta sempre parecer alegre e de bem com a vida, mas, se está de mau humor, faz questão de anunciar para todo mundo. Não toma sorvete, porque tem que "preservar a voz", mas fala sempre alto para ser ouvido do outro lado do bar. Malha regularmente, vai ao cabeleireiro e flerta com quem passar na frente.





Contralto - Morena e muito alta. Não é muito bonita, mas se veste bem. Não gosta de sopranos, mas sua "melhor amiga" é uma. Gosta muito de flores e usa um perfume forte, mas agradável. Meio desajeitada quando anda. Odeia saladas, mas está sempre cuidando do peso.




Baixo - Alto, cabelo preto e parrudo. Ninguém sabe o que está se passando na cabeça de um baixo - se é que alguma coisa existe atrás daquele olhar perdido. Meio devagar, para falar a verdade. Quer sempre ajudar o próximo, mesmo que isso atrapalhe sua vida pessoal. Suas meias nunca combinam, mas adora fazer papel de "vilão bem vestido" nas óperas. Come de boca aberta.




Fagotista - Magro, cabelo encaracolado. É o típico sujeito normal. Curioso por natureza. Sempre simpático e atencioso. Também é muito misterioso: nunca ninguém foi à casa de um fagotista. Somente os outros sopros sabem o nome dele. Dedos longos e mãos finas. Lembra Sherlock Holmes no jeito de andar.





Tubista - Sujeito acima do peso, loiro e com cabelo encaracolado. Pele oleosa e bochechas vermelhas, sua feito um porco quando toca. Ri de tudo, mas raramente entende uma piada. Gosta de comer bastante e não tem namorada.




Flautista - É o violinista das madeiras, mas não tão metido. É perfeccionista, mas sabe que o mundo não é perfeito. Adora Debussy e fica horas ouvindo suas próprias gravações. Enxerido, dá palpite até no dedilhado do trompista. Vive num mundo à parte e cuida da flauta como se fosse sua filha. É o único que não acha o som do piccolo irritante.



Clarinetista - É um cara engraçado. Veste-se bem, mas não é vaidoso. Pode ser loiro ou moreno. Toca com as sobrancelhas e é mais esperto do que inteligente. Adora ficar chupando a palheta enquanto não toca, mas, se desafina, joga a palheta fora. Não aguenta mais tocar o início da Rapsody in Blue para os outros músicos atrás do palco.





Percussionista - Magro com braços longos, o percussionista se gaba de tocar "mais de 20 instrumentos diferentes" e "tirar música de qualquer lugar", mas, por alguma razão incompreensível, sempre entra na hora errada - "culpa da orquestra que está arrastando o tempo" ele diz. Toca bateria numa banda de garagem escondido e acha o Bolero de Ravel uma chateação, mas sempre fica nervoso antes de apresentá-lo. Nos ensaios é sempre o primeiro a ir para casa e nos concertos sempre o último e ainda fica resmungando por ter que "desmontar" o "equipamento". Um cara legal que acha qualquer sinfonia clássica "cachê fácil" e jura que existe uma técnica especial de se tocar triângulo.



Trompista - Um cara discreto. Não fala muito. Tem trauma de falhar notas, por isso está sempre desmontando o instrumento para tirar a "água" durante o concerto. A parte do palco em volta da sua cadeira está sempre molhada. É sempre o último a afinar o instrumento antes do maestro entrar e, de vez em quando, ainda toca um "Fazinho" durante os aplausos só para conferir. Está sempre olhando para o fagotista para saber a hora certa de entrar: afinal não consegue contar mais de 20 compassos de pausa. Nunca reclama quando lhe chamam a atenção, mas é quase certo que faz gestos obscenos com a mão que está escondida no instrumento. Tem pesadelos antes de apresentações com o concerto para piano de Tchaikovsky.

27 de setembro de 2012

ERHU ou Violino Chinês



O Erhu é um instrumento musical originário da china com duas únicas cordas e é tocado com um arco(normalmente feito com crina de cavalo, como nos arcos de violinos comuns, mas há também os sintéticos, mas é preferível o arco de crina de cavalo). Ele é também chamado de violino chinês ou chinese violin, na língua inglesa, embora tenha aparecido muito tempo antes do violino. O instrumento é um dos mais conhecidos da china, como o guzheng e a Pipa (instrumento musical).
Através de sites de vendas online, o erhu aos poucos tem se difundido no Brasil (o que já acontece nos EUA), e muitas pessoas estão criando interesse no instrumento, embora no Brasil ainda esta difícil encontrar aulas do instrumento. Em alguns dos principais sites já há a venda (importação) do instrumento por volta de R$400,00. Aulas online são facilmente encontradas, mas a maioria em língua inglesa. Não somente o erhu, mas outros instrumentos como a pipa (instrumento musical), a flauta Dizi e o guzheng estão despertando a atenção e curiosidade do mundo, e assim, se difundindo e cada vez mais perto do Brasil.

HISTÓRIA
A origem do Erhu pode remontar a dinastia Tang, entre os seculos Vll e X. Naquela época o Erhu era um instrumento popular nas minorias étnicas do noroeste chines. Por mais de mil anos, o Erhu foi usado para fazer o acompanhamento das operas tradicionais. Mas na era moderna, ele se difundiu como um ganha-pão de artistas de rua, e por isso, não era considerado um instrumento de prestigio.
No entanto, no princípio do século XX, os moradores de Wuxi, descobriram que nas mãos de um artista de rua cego e pobre, este instrumento era capaz de reproduzir melodias de alta beleza. Através da musica, as pessoas poderiam visitar o interior do musico e ver ali a luta dele contra o destino e o anseio pela vida.
O primeiro caractere chinês do nome do instrumento ( 二 , Er , dois) é enquadrado pelo fato de que ele tem duas cordas. Outros afirmam que a explicação vem do fato de que ele é o segundo maior da família Huqin (a família dos violinos chineses). O segundo caractere ( 胡 , hu ) indica que é um membro da família Huqin. O nome Huqin literalmente significa " instrumento bárbaro", mostrando que o talvez o instrumento tenha sido originado no norte ou oeste na china, onde há povos não hans (povo tradicional chines), como mongóis (no norte) ou tibetanos (no oeste).

O CORPO
O erhu consiste basicamente em um braço vertical, cujo na parte superior há dois afinadores e na parte inferior há pequeno corpo ressonador (caixa de som) que é coberta com pele de cobra píton na frente. Duas cordas se estendem por todo o corpo do instrumento, desde os afinadores, até os dois pequenos pregos em baixo da caixa de ressonância, e uma corda que amarra as duas cordas juntas com o arco ( Qian Jin ) e para finalizar uma pequena ponte de madeira na caixa de ressonância em cima da pele, onde as duas cordas ficam apoiadas produzindo o som. Para abafar e equilibrar um pouco o som, se coloca uma especie de esponja em baixo da ponte, que pode ser de uma infinidade de materiais.
O erhu tem algumas características incomuns. Primeira é que seu som característico é produzido pela vibração da pele, ao invés de madeira, como em um violino comum. Segundo, o braço não encosta nas cordas, fazendo as notas com em um violino comum, se pressiona as corda sem elas encostarem no braço. Terceiro, o arco de crina de cavalo nunca está separada das cordas (que antes eram de seda torcida, mas que hoje são feitas geralmente de metal), que passa entre eles ao invés de sobre eles (sendo este último no caso dos violinos ocidentais). Por fim, embora haja duas cordas, elas são muito próximas, ou seja, você pressiona as duas cordas ao mesmo tempo para fazer as notas.
A corda de dentro (mais próxima ao musico) é geralmente ajustado para D4 e a corda de fora (mais grossa) para A4, quinta maior. O alcance máximo do instrumento é de três oitavas e meia, de D4 até A7. Normalmente se alcança duas oitavas e meia.
Diversas madeiras densas e pesadas são utilizados na construção de um erhu. Normalmente usam madeiras das florestas chinesas, como zi tan (紫檀 o sândalo vermelho e outras madeiras do gênero Pterocarpus como padauk ), lao hong mu (老红木 madeira vermelha), wu mu (乌木 madeira negra), e hong mu (红木 madeira vermelha). Particularmente alguns erhus são muitas vezes feitos de pedaços de móveis velhos. Um típico erhu mede cerca de 81 centímetros de cima para baixo, o comprimento do arco normalmente é de 81cm.


As partes do erhu :
  • Qin tong (琴筒), caixa de som ou corpo ressonador, é hexagonal ( liu jiao , sul), de forma octogonal ( ba jiao , norte), ou, menos comumente redondas.
  • Qin pí (琴皮), pele, feita a partir de python . A pele python dá ao erhu seu som característico.
  • Qin gan (琴杆), o pescoço/braço.
  • Qin tou (琴头) o topo, ou a ponta do braço, geralmente uma curva simples, com um pedaço de osso ou plástico em cima, mas às vezes é entalhada uma cabeça de dragão ou algo do gênero.
  • Qin zhou (琴轴). Afinadores, tradicionalmente em madeira, mas existem as versões em metal ou estacas com engrenagens (mais modernos e práticos).
  • Qian Jin (千斤), cordão que é amarrada nas cordas (unindo-as) junto ao braço, menos comumente, um gancho de metal. Sua posição depende do tamanho do braço do musico.
  • Nei xian (内弦), uma coluna interna, geralmente sintonizado para D4, mais próxima a pele. Chamada de "Alma" nos violinos ocidentais.
  • Wai xian (外弦), corda externa, mais fina, geralmente sintonizado A4.
  • Qin ma (琴码), ponte, feita de madeira.
  • Gong (弓), o arco, tem um dispositivo de parafuso para variar a tensão da crina.
  • Gong gan (弓杆), a madeira do arco, normalmente uma vara curva, feita de bambu.
  • Gong mao, a crina do arco (弓毛), normalmente de rabo de cavalo, onde as mechas são muito maiores, pois a crina tem de dar duas voltas, aonde de um lado há uma borracha onde se pressiona, junto com um gancho, por onde ela da a volta, e do outro lado um buraco no bambu por onde se passa a crina e há uma especie de nó trançado amarrado por uma linha de náilon junto ao bambu, geralmente branca ou preta.
  • Qin dian (琴垫), almofada ou um pedaço de esponja, feltro, ou um pano colocado entre as cordas e pele abaixo da ponte para melhorar o seu som.
  • Qin tuo (琴托) - Base, um pedaço de madeira colocado no em baixo da caixa de ressonância, para proporcionar uma superfície lisa sobre a qual repousam sobre a perna do musico. É onde se encontram os dois pregos onde se colocam as outras pontas das cordas.

TÉCNICAS PARA TOCAR O ERHU
Afinação - O erhu é quase sempre ajustados para o intervalo de uma quinta. A corda de dentro (mais próxima ao musico, e mais grossa) é geralmente ajustada para D4 e a corda de fora para A4.

Posição - O erhu é tocado com o musico sentado, com a caixa de som colocadas na parte superior da coxa esquerda e o pescoço do instrumento na posição vertical.

Mão Direita - O arco é usado com uma pressão da mão para traz (Corda grossa) e para frente (corda fina). A cerda do arco é ajustada para ficar um pouco frouxa  A tensão é fornecida pelos dedos da mão direita. A cerda do arco é colocado entre as duas cordas e ambos os lados da crina são usadas ​​para produzir o som, o musico empurra o arco para fora quando se tocar a corda A (a corda fora), e puxa-o para dentro, quando se for tocar a corda de dentro (D). No erhu pode ser feito pizzicato também.

Mão esquerda - A mão esquerda altera o tom das cordas, pressionando a corda nos pontos harmônicos. Como o instrumento não tem trastes, as notas são um pouco confusas. Técnicas incluem hua yin (deslisamento), rou xian (vibrato), huan ba (mudança de posição).