19 de maio de 2013

Simbologia Musical - Parte 1




Quando surge aquela dúvida sobre partitura e símbolos, a melhor maneira é perguntar alguém e retirar a dúvida ou procurar obter a resposta com nosso tão querido e amigo Google. Mas nem sempre isso é possível e nem sempre encontramos as respostas ao nosso questionamento. Com o intuito de ajudar, resolvi compartilhar um pouco do material que tenho sobre Simbologia Musical. Ultimamente tenho visto muitas dúvidas com relação a partitura, execução de notas, símbolos e muitas perguntas como: "O que significa isso?", "Como eu reproduzo esta nota?", "Que símbolo é este?". Não sou expert no assunto partitura, mas sempre que posso, eu tento ajudar. Como o assunto sobre simbologia é muito extenso, dividirei este post em duas partes para facilitar a organização e não ficar muito grande. No final de cada post disponibilizarei o arquivo em PDF para download que poderá servir como um manual para consultas e retirada de dúvidas. Vamos ao que interessa...



LINHAS


1. Pauta ou Pentagrama - São cinco linhas e quatro espaços. A pauta musical serve para escrever as partituras (feitas com notas, pausas, claves, etc.)

2. Linhas e espaços suplementares - São linhas que existem acima ou abaixo da pauta porque nem sempre as 5 linhas e 4 espaços são suficientes para receberem todas as notas da música e representam sons agudos (quando acima da pauta) e sons graves (quando abaixo da pauta).


3. Linhas de compasso - Usada para separar dois compassos.



4. Linhas de compasso dupla - Usada para separar duas secções da música.




5. Linhas de compasso tracejada - Subdivide compassos.



6. Barra final - Marca o fim de uma composição.







FIGURAS E PAUSAS




Máxima - Duração R x 8
Não é usada desde a música medieval. (Arcaica)

Longa - Duração: R × 4
Não é usada desde a música medieval. (Arcaica)

Breve - Duração: R × 2
Raramente utilizada na música.

Semibreve - Duração: R
É a figura usada atualmente como referência de tempo

Mínima - Duração: R/2


Semínima - Duração: R/4


Colcheia - Duração: R/8


Semicolcheia - Duração: R/16

   
Fusa -  Duração: R/32

Semifusa -  Duração: R/64


Quartifusa - Duração: R/128 
Uso extremamente raro


Notas unidas - Linhas de união conectam grupos de colcheias e notas menores, para facilitar a leitura.

Nota pontuada - O uso de pontos à direita da figura permite prolongar a duração de uma nota. Um ponto aumenta a duração de uma nota em metade do tempo original. Dois pontos aumentam três quartos da duração original, três pontos aumentam sete oitavos e assim por diante. Pausas também podem ser pontuadas da mesma forma que as notas.

Compassos de espera - Marcação abreviada de pausa, indicando por quantos compassos deve-se manter a pausa.












MARCAS DE INTERRUPÇÃO

1. Marca de respiração - Em uma partitura vocal, indica o momento correto de fazer uma inspiração.


2. Cesura - Indica que o músico deve silenciar completamente seu instrumento entre uma nota e a próxima.







CLAVES


1. Clave de Sol - O centro da espiral define a linha onde ela pousa como o Sol4 (aproximadamente 392 Hz). Na posição mostrada, o Sol4 está na segunda linha da pauta.

2. Clave de Fá - A linha entre os pontos indica o Fá abaixo do Dó central do piano, ou Fá3 (aproximadamente 175 Hz). Nesta posição a quarta linha indica a nota Fá3.

3. Clave de Dó - Esta clave indica qual linha representa o Dó central do piano - Dó4 (aproximadamente 262 Hz). Nesta posição é a terceira linha que assume a nota Dó4.

4. Clave de percussão - Usada para instrumentos sem altura definida, em geral instrumentos de percussão. Cada linha ou espaço representa um instrumento diferente em um conjunto de percussão, tal como uma bateria. Dois estilos de clave de percussão são mostrados aqui.





ACIDENTES


1. Bemol - Abaixa a altura da nota que se segue em um semitom.


2. Duplo bemol - Abaixa a altura da nota em seu nível em um tom (dois semitons).


3. Meio bemol - Abaixa a altura da nota que se segue em um quarto de tom.

4. Bemol e meio - Abaixa a altura da nota que se segue em três quartos de tom.


5. Sustenido - Eleva a altura da nota que se segue em um semitom.




6. Duplo sustenido - Eleva a altura da nota em seu nível
em um tom (dois semitons).


7. Meio sustenido - Eleva a altura da nota que se segue em um quarto de tom.



8. Sustenido e meio - Eleva a altura da nota que se segue em três quartos de tom.


 9. Bequadro - Cancela qualquer acidente prévio na mesma nota.







ARMADURA DE CLAVE



1. Armadura com sustenidos - Eleva a altura de todas as notas indicadas pelos sustenidos nas posições indicadas junto à clave e as notas de mesmo nome em qualquer oitava. Os sustenidos são acrescentados de acordo com a sequência do ciclo das quintas, ou seja Fá#, Dó#, Sol#, Ré#, Lá#, Mi# e Si#. Tonalidades diferentes são indicadas pelo número de acidentes. Por exemplo, se os quatro primeiros sustenidos são usados (Fá#, Dó#, Sol# e Ré#), a tonalidade é Mi maior ou Dó# menor. 



Observe-se que a ausência de uma armadura nem sempre significa que a música está em dó maior ou lá menor: cada acidente pode ser anotado explicitamente como requerido ou a peça pode ser modal ou atonal.


                                 
DICA: Nos sustenidos, o nome da escala se dá a partir da próxima nota onde o último sustenido está posicionado na armadura.


2. Armadura com bemóis - Abaixa a altura de todas as notas indicadas pelos bemóis nas posições indicadas junto à clave e as notas de mesmo nome em qualquer oitava. Os bemóis são acrescentados de acordo com a sequência do ciclo das quartas, ou seja Si♭, Mi♭, Lá♭, Ré♭, Sól♭, Dó♭ e Fá♭. Tonalidades diferentes são indicadas pelo número de acidentes. Por exemplo, se os dois primeiros bemóis são usados (Si♭ e Mi♭), a tonalidade é Si♭ maior ou Sol menor.



DICA: Nos bemóis, o penúltimo bemol presente na armadura, dá o nome da escala e a tonalidade.



FÓRMULA DE COMPASSO



1. Fórmula de compasso - O numerador indica o tamanho do compasso em batidas ou pulsos. O denominador indica qual valor de nota (em frações de uma semibreve) serve de referência de tempo para o pulso. Por exemplo 4/4 indica que há quatro pulsos por compasso e a semínima (1/4 de uma semibreve) é a unidade de tempo.



2. Tempo quaternário - Este é o tempo mais usado e representa abreviadamente uma fórmula de 4/4.





3. Tempo 2/2 - Indica um tempo de 2/2.



4. Marca de metrônomo - Escrita no início da partitura ou após uma mudança de andamento, indica precisamente a duração de uma unidade de tempo (ou de um pulso), em batidas por minuto. Neste exemplo, a marca indica que 120 unidades de tempo (semínimas) ocupam um minuto, ou que a pulsação é de 120 batidas por minuto (120 BPM).





Conforme havia dito no início, segue abaixo o link para download da Apostila de Simbologia Musical.


Posteriormente, estarei postando Simbologia Musical - Parte 2.

18 de outubro de 2012

Cuidados para tocar o seu instrumento




Hoje estarei falando um pouco sobre como proceder antes, durante e após tocar o nosso instrumento. Primeiramente gostaria de ressaltar que usarei como base o violino, mas que todos os instrumentos sejam eles a viola, o cello ou contrabaixo seguem a mesma didática, diferindo apenas no modo de tocar e, consequentemente, a postura.

A figura ao lado, mostra alguns exercícios diários de alongamento que podemos fazer antes de começar a tocar, para manter relaxado o corpo ao tocar o instrumento.

Uma coisa é certa... podemos notar que os violinistas são ruins em duas coisas: sentar corretamente e desconhecer seus limites. Já ouvimos e lemos muitas histórias sobre praticantes (músicos e esportistas) que treinaram por 2, 5, 8, 10 ou tantas outras horas, sem intervalos ou reidratação, apenas por pura prática. O fato é que se uma pessoa praticar em demasia, sem os devidos descansos, poderá ferir-se seriamente antes mesmo de se apresentar.


ALGUMAS PRÁTICAS PARA EVITAR LESÕES E DESCONFORTO



1. Alongamento - não apenas os atletas precisam se alongar antes de praticarem seus esportes. Ao se preocupar especificamente com os braços, antebraços, punho e mãos e alongar por alguns minutos antes de cada prática, o(a) Violinista, pode obter resultados melhores e uma possibilidade mínima de problemas.




 2. Sentar-se em linha reta - cada pessoa tem esse conhecimento, porém, poucas seguem. Principalmente quando se trata de estudar sozinho. Quem toca um violino ou uma viola, deve criar sua boa postura automaticamente, sentando-se no meio ou na borda da cadeira e mantendo suas costas eretas. Não podemos inclinar ou relaxar, criando uma postura errada. Mantenha as pés em ângulo de aproximadamente 90º, ou seja, a perna direita vai ficar ligeiramente deslocada.



3. Use uma espaleira - alguns violinistas preferem não usar a espaleira no instrumento, uma para não arranhar o instrumento ou porque encontram um enorme desconforto e um grande volume entre o instrumento e o ombro. Hoje em dia existe uma infinidade de modelos diferentes de espaleiras que se adequa aos mais diferentes gostos. Se além disso, você realmente não encontrar a espaleira perfeita, basta colocar uma pequena esponja entre o pescoço e o instrumento, o que irá manter o seu pescoço elevado (em vez de estar diretamente sobre o instrumento).



4. Mantenha seu punho direito relaxado - não importa o quão dramática a passagem da música seja, você deve ser capaz de tocar com um pulso solto em combinação com o movimento de seu braço. Aqui vai uma dica: se você está se movendo qualquer coisa acima de seu cotovelo direito, seu pulso é muito apertado. Isto pode causar uma sensação de dor em sua mão e pode levar a problemas nas articulações ou ossos. Pratique mover o pulso e braço inferior sem segurar o arco, mas como se fosse: assistir a amplitude de movimento você pode começar sem nunca mover o cotovelo.


5. Segurar o arco o levemente - um aperto forte incentiva aperto no pulso, causando dor nos dedos, no braço, ocasionando um movimento desnecessário com o arco. Se deve exercer uma pressão forte interna contra o arco sem segurar o arco. O punho deve estar reto para evitar que o ombro suba. Desta forma quando a corda é solta o arco pode se movimentar livremente na mão e girar sem atrito em seu próprio eixo.


6. Encaixar o violino no pescoço e ombro - o encaixe do instrumento está sendo realizada inteiramente pela força entre o pescoço e o ombro, por isso não há razão para  para tentar prendê-lo com a garganta, levantando o ombro ou forçando a cabeça a deitar sobre a queixeira. A mão esquerda tem que ficar completamente dedicada a comprimir as cordas no Espelho. A ação dos dedos nas cordas será compensado com o polegar fazendo o "outro lado da pinça". A mão esquerda deve ser leve como uma pena e estar totalmente livre na execução de qualquer movimento.



7. Tocar com a partitura ao nível dos olhos - alguns violinistas preferem olhar para baixo enquanto praticam, ajustando a estante da partitura fora do nível do olho. Por mais alto que seja seu biotipo, terá todos os ajustes próprios individuais. Diferente dos meus e assim sucessivamente. A tendência ao praticar sozinho é manter a estante realmente baixa o que faz com que a cabeça fica inclinada para baixo e saindo da posição naturalmente relaxada. Alinhamento, conforto e equilíbrio.



8. Conheça os seus limites - tocando ou praticando violino neste ponto das nossas vidas, ficou extremamente claro que não deve haver qualquer tipo de desconforto decorrente da exercício repetitivo, causando qualquer tipo de ferimento. Se sentir alguma coisa diferente, PARE, respire, tente refazer todos os passos dos movimentos efetuados. 



EXERCÍCIO PARA RELAXAR A MÃO E OS DEDOS

Assista abaixo um pequeno vídeo demonstrando como relaxar a mão e os dedos antes de começar a tocar



PS.: O texto acima é a tradução livre de um artigo que encontrei no ehow

8 de outubro de 2012

Os Arcos

COMO ESCOLHER UM ARCO?

Geralmente quando decidimos aprender um instrumento de cordas, seja o violino, a viola, o cello ou o contrabaixo, a primeira coisa que fazemos é comprar o instrumento antes de pensar em procurar um arco. A grande pergunta que muitas pessoas fazem é a seguinte: "O que é mais importante, o instrumento ou o arco?" O que posso responder é o seguinte: Você assiste um recital de violino ou assiste um recital de arco? O instrumentista (músico) é violinista ou um “arquista”? Portanto, creio que a pergunta já está respondida. Assim depois que encontramos o instrumento ideal (ou que cabe em nosso bolso...), o arco deve ser a próxima procura.

Quando saímos à procura de um arco, devemos ter em mente que não somente porque um arco é caro isso não lhe faz automaticamente um arco melhor!!!



Em termos de materiais o pau brasil é a melhor madeira para o arco. Outras madeiras são usadas para arcos mais simples e para arcos de estudante. Nos últimos 10 anos a fibra de carbono tem se mostrado uma opção interessante para a confecção de arcos e muita gente diz que a fibra de carbono é tão boa quanto o pau-brasil. Sendo que os arcos de fibra de vidro são usados para estudantes.

A crina do arco é tradicionalmente branca ou preta sendo que a crina preta é mais usada para arcos de contrabaixo. Muitos substitutos foram experimentados, mas a crina do cavalo é considerada ainda o melhor material. Quando estiver avaliando um arco certifique-se que a crina é nova ou pouco usada. Com o tempo a crina estica e perde sua habilidade de reter resina. Um bom arco com crina velha é como um bom violino com cordas velhas.

Abaixo segue alguns vídeos mostrando os diferentes arcos existentes.


 Arcos de Fibra de Carbono


Arcos Fein De Pau-Brasil Pernambuco


 Arcos Fein De Pau-Brasil Pernambuco Serie Ouro (Gold Monted)


Arcos Fein De Pau-Brasil Pernambuco Serie Premiere


HISTÓRIA


Criado há cerca de 7 mil anos pelos árabes, o arco é, até hoje, feito com os mesmos materiais, madeira e crina de cavalo.


Nos séculos XVI e XVII, os maravilhosos instrumentos de cordas sofreram grandes mudanças com o intuito de melhorar a sonoridade. Mas, nessa época, o arco usado pelos músicos era o que estivesse à mão, geralmente um simples arco barroco com aquelas modestas cordas de tripa. Apesar disso, foram criadas músicas e obras fenomenais, inigualáveis. Porém, o invento humano é, felizmente, infinito.

Com os compositores sempre criando novas obras para auditórios cada vez maiores, houve a necessidade de maior volume sonoro. Agora, já estamos falando do grande classicismo, das grandes orquestras. Nesse momento, as cordas passaram a receber muita atenção. E, por volta, de 1800, surgiram os grandes arqueteiros franceses, que passaram a desenhar e produzir o arco romântico, até hoje imitado.


MATERIAL

Um bom arco tem sua vareta feita de pau-brasil e de boa procedência, snakewood e ébano, bem como marfim autêntico e casca de tartaruga. Cada arco é confeccionado à mão, de acordo com a madeira utilizada.

A vareta é graduada em resistência e flexibilidade e, balanceada para o melhor tocar, de acordo com a preferência do instrumentista. Tem o talão em ébano, marfim e casca de tartaruga, com acabamento em madrepérola e prata ou ouro. Embora a maioria dos arcos siga o desenho tradicional francês, deve ser executado de forma a manter sempre a melhor flexibilidade possível em sua ponta.


CUIDADOS COM O ARCO

Encrinar
- Quando a crina não estiver mais retendo o breu (o som não será pleno / cheio)
- Quando estiver faltando crina
- Quando a crina estiver muito suja/velha

Fachatura
- É parte de metal, cordão de seda, plástico, etc. Têm durabilidade muito longa, porém a parte de couro deve ser trocada com maior freqüência para que não haja o desgaste da madeira da vareta.

Curvatura / Alinhamento
- O arco pode perder a curvatura e cambar para os lados com o uso constante, portanto a curvatura / alinhamento deve ser sempre conferidas e corrigidas para que se obtenha uma tensão ideal da crina.

Ponteira
- A ponteira de osso ou plástico deve ser trocada quando quebrar, pois sua função é proteger a madeira da ponta do arco que é uma área muito delicada e de grande vulnerabilidade.

Botão do Talão (parafuso)
- O parafuso deve estar sempre bem centrado ao arco. Com o uso constante existe um desgaste da madeira, por esse motivo o buraco do parafuso deve ser embuchado. A ponta do parafuso deve estar apoiada na madeira do arco (fundo do buraco), deste modo o botão não causará desgaste à madeira.

Talão
- O talão deve estar em perfeito ajuste com o arco, pois ele não pode ter movimentos de balanço.
- Quando isto acontecer haverá um desequilíbrio do arco sobre as cordas do instrumento. As ferragens do talão quando desgastadas devem ser trocadas (underslide, ferrule, bronze).
- Observação: os lubrificantes usados no arco devem ser: grafite (no underslide) e graxa especial seca (no parafuso).

Guardando
- Depois de utilizar, jamais esquecer de afrouxar o arco para prolongar sua vida útil.

Conserto
- Procure um luthier que saiba fazer reparos, não tente efetuar consertos por si mesmo caso não tenha experiência (não conhecendo ninguém; procure uma escola de musica ou conservatório – a maioria tem parceria com luthiers)


DICAS IMPORTANTES

Aqui vão algumas dicas para quem está começando a tocar, portanto fique atento aos principais requisitos de uma boa arcada:


Primeiro: Cordas soltas é claro!

Postura: Corpo, Violino e Arco na posição correta.

Movimentos: Naturais, Regulares e Contínuos.

Mudanças de Cordas: Treine bastante e com calma até tornar o movimento automático.


Se dedique para produzir som com qualidade e quantidade de som (Ponto de contato, Velocidade e Pressão).