18 de outubro de 2012

Cuidados para tocar o seu instrumento




Hoje estarei falando um pouco sobre como proceder antes, durante e após tocar o nosso instrumento. Primeiramente gostaria de ressaltar que usarei como base o violino, mas que todos os instrumentos sejam eles a viola, o cello ou contrabaixo seguem a mesma didática, diferindo apenas no modo de tocar e, consequentemente, a postura.

A figura ao lado, mostra alguns exercícios diários de alongamento que podemos fazer antes de começar a tocar, para manter relaxado o corpo ao tocar o instrumento.

Uma coisa é certa... podemos notar que os violinistas são ruins em duas coisas: sentar corretamente e desconhecer seus limites. Já ouvimos e lemos muitas histórias sobre praticantes (músicos e esportistas) que treinaram por 2, 5, 8, 10 ou tantas outras horas, sem intervalos ou reidratação, apenas por pura prática. O fato é que se uma pessoa praticar em demasia, sem os devidos descansos, poderá ferir-se seriamente antes mesmo de se apresentar.


ALGUMAS PRÁTICAS PARA EVITAR LESÕES E DESCONFORTO



1. Alongamento - não apenas os atletas precisam se alongar antes de praticarem seus esportes. Ao se preocupar especificamente com os braços, antebraços, punho e mãos e alongar por alguns minutos antes de cada prática, o(a) Violinista, pode obter resultados melhores e uma possibilidade mínima de problemas.




 2. Sentar-se em linha reta - cada pessoa tem esse conhecimento, porém, poucas seguem. Principalmente quando se trata de estudar sozinho. Quem toca um violino ou uma viola, deve criar sua boa postura automaticamente, sentando-se no meio ou na borda da cadeira e mantendo suas costas eretas. Não podemos inclinar ou relaxar, criando uma postura errada. Mantenha as pés em ângulo de aproximadamente 90º, ou seja, a perna direita vai ficar ligeiramente deslocada.



3. Use uma espaleira - alguns violinistas preferem não usar a espaleira no instrumento, uma para não arranhar o instrumento ou porque encontram um enorme desconforto e um grande volume entre o instrumento e o ombro. Hoje em dia existe uma infinidade de modelos diferentes de espaleiras que se adequa aos mais diferentes gostos. Se além disso, você realmente não encontrar a espaleira perfeita, basta colocar uma pequena esponja entre o pescoço e o instrumento, o que irá manter o seu pescoço elevado (em vez de estar diretamente sobre o instrumento).



4. Mantenha seu punho direito relaxado - não importa o quão dramática a passagem da música seja, você deve ser capaz de tocar com um pulso solto em combinação com o movimento de seu braço. Aqui vai uma dica: se você está se movendo qualquer coisa acima de seu cotovelo direito, seu pulso é muito apertado. Isto pode causar uma sensação de dor em sua mão e pode levar a problemas nas articulações ou ossos. Pratique mover o pulso e braço inferior sem segurar o arco, mas como se fosse: assistir a amplitude de movimento você pode começar sem nunca mover o cotovelo.


5. Segurar o arco o levemente - um aperto forte incentiva aperto no pulso, causando dor nos dedos, no braço, ocasionando um movimento desnecessário com o arco. Se deve exercer uma pressão forte interna contra o arco sem segurar o arco. O punho deve estar reto para evitar que o ombro suba. Desta forma quando a corda é solta o arco pode se movimentar livremente na mão e girar sem atrito em seu próprio eixo.


6. Encaixar o violino no pescoço e ombro - o encaixe do instrumento está sendo realizada inteiramente pela força entre o pescoço e o ombro, por isso não há razão para  para tentar prendê-lo com a garganta, levantando o ombro ou forçando a cabeça a deitar sobre a queixeira. A mão esquerda tem que ficar completamente dedicada a comprimir as cordas no Espelho. A ação dos dedos nas cordas será compensado com o polegar fazendo o "outro lado da pinça". A mão esquerda deve ser leve como uma pena e estar totalmente livre na execução de qualquer movimento.



7. Tocar com a partitura ao nível dos olhos - alguns violinistas preferem olhar para baixo enquanto praticam, ajustando a estante da partitura fora do nível do olho. Por mais alto que seja seu biotipo, terá todos os ajustes próprios individuais. Diferente dos meus e assim sucessivamente. A tendência ao praticar sozinho é manter a estante realmente baixa o que faz com que a cabeça fica inclinada para baixo e saindo da posição naturalmente relaxada. Alinhamento, conforto e equilíbrio.



8. Conheça os seus limites - tocando ou praticando violino neste ponto das nossas vidas, ficou extremamente claro que não deve haver qualquer tipo de desconforto decorrente da exercício repetitivo, causando qualquer tipo de ferimento. Se sentir alguma coisa diferente, PARE, respire, tente refazer todos os passos dos movimentos efetuados. 



EXERCÍCIO PARA RELAXAR A MÃO E OS DEDOS

Assista abaixo um pequeno vídeo demonstrando como relaxar a mão e os dedos antes de começar a tocar



PS.: O texto acima é a tradução livre de um artigo que encontrei no ehow

8 de outubro de 2012

Os Arcos

COMO ESCOLHER UM ARCO?

Geralmente quando decidimos aprender um instrumento de cordas, seja o violino, a viola, o cello ou o contrabaixo, a primeira coisa que fazemos é comprar o instrumento antes de pensar em procurar um arco. A grande pergunta que muitas pessoas fazem é a seguinte: "O que é mais importante, o instrumento ou o arco?" O que posso responder é o seguinte: Você assiste um recital de violino ou assiste um recital de arco? O instrumentista (músico) é violinista ou um “arquista”? Portanto, creio que a pergunta já está respondida. Assim depois que encontramos o instrumento ideal (ou que cabe em nosso bolso...), o arco deve ser a próxima procura.

Quando saímos à procura de um arco, devemos ter em mente que não somente porque um arco é caro isso não lhe faz automaticamente um arco melhor!!!



Em termos de materiais o pau brasil é a melhor madeira para o arco. Outras madeiras são usadas para arcos mais simples e para arcos de estudante. Nos últimos 10 anos a fibra de carbono tem se mostrado uma opção interessante para a confecção de arcos e muita gente diz que a fibra de carbono é tão boa quanto o pau-brasil. Sendo que os arcos de fibra de vidro são usados para estudantes.

A crina do arco é tradicionalmente branca ou preta sendo que a crina preta é mais usada para arcos de contrabaixo. Muitos substitutos foram experimentados, mas a crina do cavalo é considerada ainda o melhor material. Quando estiver avaliando um arco certifique-se que a crina é nova ou pouco usada. Com o tempo a crina estica e perde sua habilidade de reter resina. Um bom arco com crina velha é como um bom violino com cordas velhas.

Abaixo segue alguns vídeos mostrando os diferentes arcos existentes.


 Arcos de Fibra de Carbono


Arcos Fein De Pau-Brasil Pernambuco


 Arcos Fein De Pau-Brasil Pernambuco Serie Ouro (Gold Monted)


Arcos Fein De Pau-Brasil Pernambuco Serie Premiere


HISTÓRIA


Criado há cerca de 7 mil anos pelos árabes, o arco é, até hoje, feito com os mesmos materiais, madeira e crina de cavalo.


Nos séculos XVI e XVII, os maravilhosos instrumentos de cordas sofreram grandes mudanças com o intuito de melhorar a sonoridade. Mas, nessa época, o arco usado pelos músicos era o que estivesse à mão, geralmente um simples arco barroco com aquelas modestas cordas de tripa. Apesar disso, foram criadas músicas e obras fenomenais, inigualáveis. Porém, o invento humano é, felizmente, infinito.

Com os compositores sempre criando novas obras para auditórios cada vez maiores, houve a necessidade de maior volume sonoro. Agora, já estamos falando do grande classicismo, das grandes orquestras. Nesse momento, as cordas passaram a receber muita atenção. E, por volta, de 1800, surgiram os grandes arqueteiros franceses, que passaram a desenhar e produzir o arco romântico, até hoje imitado.


MATERIAL

Um bom arco tem sua vareta feita de pau-brasil e de boa procedência, snakewood e ébano, bem como marfim autêntico e casca de tartaruga. Cada arco é confeccionado à mão, de acordo com a madeira utilizada.

A vareta é graduada em resistência e flexibilidade e, balanceada para o melhor tocar, de acordo com a preferência do instrumentista. Tem o talão em ébano, marfim e casca de tartaruga, com acabamento em madrepérola e prata ou ouro. Embora a maioria dos arcos siga o desenho tradicional francês, deve ser executado de forma a manter sempre a melhor flexibilidade possível em sua ponta.


CUIDADOS COM O ARCO

Encrinar
- Quando a crina não estiver mais retendo o breu (o som não será pleno / cheio)
- Quando estiver faltando crina
- Quando a crina estiver muito suja/velha

Fachatura
- É parte de metal, cordão de seda, plástico, etc. Têm durabilidade muito longa, porém a parte de couro deve ser trocada com maior freqüência para que não haja o desgaste da madeira da vareta.

Curvatura / Alinhamento
- O arco pode perder a curvatura e cambar para os lados com o uso constante, portanto a curvatura / alinhamento deve ser sempre conferidas e corrigidas para que se obtenha uma tensão ideal da crina.

Ponteira
- A ponteira de osso ou plástico deve ser trocada quando quebrar, pois sua função é proteger a madeira da ponta do arco que é uma área muito delicada e de grande vulnerabilidade.

Botão do Talão (parafuso)
- O parafuso deve estar sempre bem centrado ao arco. Com o uso constante existe um desgaste da madeira, por esse motivo o buraco do parafuso deve ser embuchado. A ponta do parafuso deve estar apoiada na madeira do arco (fundo do buraco), deste modo o botão não causará desgaste à madeira.

Talão
- O talão deve estar em perfeito ajuste com o arco, pois ele não pode ter movimentos de balanço.
- Quando isto acontecer haverá um desequilíbrio do arco sobre as cordas do instrumento. As ferragens do talão quando desgastadas devem ser trocadas (underslide, ferrule, bronze).
- Observação: os lubrificantes usados no arco devem ser: grafite (no underslide) e graxa especial seca (no parafuso).

Guardando
- Depois de utilizar, jamais esquecer de afrouxar o arco para prolongar sua vida útil.

Conserto
- Procure um luthier que saiba fazer reparos, não tente efetuar consertos por si mesmo caso não tenha experiência (não conhecendo ninguém; procure uma escola de musica ou conservatório – a maioria tem parceria com luthiers)


DICAS IMPORTANTES

Aqui vão algumas dicas para quem está começando a tocar, portanto fique atento aos principais requisitos de uma boa arcada:


Primeiro: Cordas soltas é claro!

Postura: Corpo, Violino e Arco na posição correta.

Movimentos: Naturais, Regulares e Contínuos.

Mudanças de Cordas: Treine bastante e com calma até tornar o movimento automático.


Se dedique para produzir som com qualidade e quantidade de som (Ponto de contato, Velocidade e Pressão).

3 de outubro de 2012

As posições no Violino

Bom pessoal, sei que quando decidimos e começamos a aprender um novo instrumento a melhor palavra que podemos usar para descrever o tão sofrido início é: PACIÊNCIA!!! 


Não é fácil aprender a tocar, principalmente se tratando dos instrumentos de corda. Tenho experiência própria com o meu violino. A primeira coisa que devemos fazer com o novo instrumento é se familiarizar, treinar bastante, se possível todos os dias e, principalmente, se comprometer a aprender. 

Existem pessoas na vida que nascem com o dom da música e nem precisam treinar, para isso é só pegar o instrumento que já sai tocando... porém, existem pessoas, no caso Eu, que se não comprometer a pegar o instrumento todos os dias e treinar bastante nunca consegue aprender nadica de nada. Então, não espere que você tenha um insight e de uma hora pra outra vai sair tocando pra todo lado. Mãos à obra, aliás, ao instrumento!!! 

Agora que já comentei um pouco sobre as dificuldades, vamos ao que nos interessa: POSIÇÕES. 

Primeiramente, quero deixar claro que estarei usando o Violino como exemplo, porém tudo o que for dito aqui, se aplicará aos outros instrumentos de cordas, como viola, violoncelo e ao contrabaixo, claro que as notas mudarão mas a lógica permanece a mesma. Ao final do post, disponibilizei para download as posições para o violino, a viola e o violoncelo. 

O primeiro contato que temos com a mão esquerda no braço do Violino são basicamente as cordas soltas e arcadas longas - da mais grave para a aguda , Sol (G), Ré (D), Lá (A) e Mi (E). Como todos já sabem entre Si/Dó e Mi/Fá, não existe Sustenidos ou Bemóis, ou seja estas notas estão eternamente juntas, as notas restantes passam a ter outra entre elas. 


Na figura ao lado, temos praticamente a primeira escala que aprendemos  no Violino, a de Sol Maior.  A posição dos dedos está descrito na linha de baixo em inglês (1st Finger trata-se do 1º Dedo, 2nd Finger do Segundo e assim sucessivamente).

De início iremos nos preocupar apenas com os três primeiros dedos - aonde as notas estão nos círculos com fundo cinza - o 4º Dedo, o mindinho, é um dedo particularmente difícil de posicionar e afinar, sendo de suma importância, dominar a técnica do 4º  Dedo.

Agora que já conhecemos as posições dos dedos, vamos às posições que poderão ser observadas no braço do violino quando na execução de qualquer composição/partitura. Usaremos a escala de G como exemplo de aplicação da 1ª posição. Vejamos o diagrama abaixo, que compreende na referida escala de G.



Por definição, usa-se como referência, o dedo 1 da mão da escala para definir a posição, ou seja, quando estamos no começo do braço do violino, temos a 1ª posição, logo, a disposição das notas, neste caso as notas da escala de G, ficaria da forma indicada na figura acima. Se colocarmos toda e extensão das notas no diagrama, poderemos visualizar de forma mais clara a disposição das posições no braço do violino. 

Confira abaixo 6 posições: As notas em destaque, indicam a localização do dedo 1 da mão da escala, o que define a referida posição.




Agora que já está explicado um pouco sobre as posições que podemos obter em nosso instrumento, deixo abaixo para download, um guia para aprendizado das notas referentes à 1ª posição na viola, violino e violoncelo.


Aqueles que não possuem cadastro no 4shared, é só clicar no link abaixo e fazer o cadastro. É super fácil e simples.



OBS.: Espero que tenha esclarecido um pouco sobre o que chamamos de posição ou como muito conhecem, oitavas. Se houver alguma dúvida quanto ao assunto tratado aqui ou mesmo quanto aos downloads, peço que entrem em contato pelos comentários. 



1 de outubro de 2012

Um pouco sobre as Orquestras




Passe o mouse sobre os músicos da orquestra para ouvir e saber mais sobre os instrumentos. Você também pode navegar pelo menu Instrumentos da Orquestra.




ORIGEM

A origem da palavra orquestra está no vocabulário grego. ORKHÉSTRA queria dizer "lugar destinado à dança". No século V a.c., os espetáculos eram encenados em anfiteatros ao ar livre e "orquestra" era o espaço situado imediatamente em frente à área principal de representação, que se destinava às evoluções do coro, que cantava e dançava. Também nesta área ficavam os músicos instrumentistas. Séculos depois, mais propriamente no início do século XVII, na Itália, as primeiras óperas começaram a ser executadas. Como eram imitações dos dramas gregos, o espaço entre o palco e o público, destinado aos músicos instrumentistas, também ficou conhecido como "orquestra". Daí a se batizar o grupo de músicos como ORQUESTRA não demorou muito.


ORQUESTRA DE CÂMARA

Uma orquestra de Câmara varia seu número de integrantes e instrumentos conforme o tipo de apresentação. Por exemplo, na imagem que a gente vê acima, da Orquestra de Câmara do Estado de São Paulo, o conjunto executa um repertório criado para instrumentos de corda com 21 músicos, 15 deles tocando violinos e seis com violoncelos.



ORQUESTRAS SINFÔNICAS E FILARMÔNICAS


Bem, uma orquestra Filarmônica, na sua origem, em nada difere de uma Sinfônica quanto à quantidade de instrumentistas, ou seja, não há diferença de sons e geralmente executam um repertório de música erudita. As duas se diferem apenas na sua natureza, pois as Filarmônicas eram orquestras mantidas por grupos de admiradores, enquanto as Sinfônicas são orquestras mantidas pela iniciativa privada ou governamental.  Sinceramente, hoje não se pode dizer no Brasil que haja uma orquestra filarmônica, pois todas, sem exceção, dependem do auxílio seja da iniciativa privada, seja dos governos municipal, estadual ou federal. Hoje em dia, esses dois tipos de orquestra têm uma composição semelhante. A orquestra costuma se apresentar com 80 a 90 músicos, divididos em quatro blocos principais de instrumentos:






CORDAS (61 instrumentos)
28 violinos, 13 violoncelos, 11 violas, 8 contrabaixos e 1 harpa

SOPRO — Madeiras (18 instrumentos)
4 flautas, 4 oboés, 5 clarinetes e 5 fagotes

SOPRO — Metais (18 instrumentos)
7 trompas, 5 trompetes, 5 trombones e 1 tuba

PERCUSSÃO (8 instrumentos)
3 tímpanos, 1 triângulo, 1 bombo, 1 reco-reco, 1 prato e 1 teclado



ORQUESTRA FILARMÔNICA E SINFÔNICA versus DE CÂMARA




Se compararmos esses dois tipos com uma orquestra de câmara, aí aparecem algumas distinções. A principal é o tamanho: uma orquestra de câmara é um conjunto bem menor e costuma ter, na maioria dos casos, entre oito e 18 músicos. Abaixo disso, o conjunto já passa a ser chamado de septeto, sexteto, quinteto e assim por diante. Todas essas formações executam a chamada "música de câmara" - no caso, a palavra "câmara" é sinônimo de "sala, quarto ou aposento pequeno". Ou seja, é um tipo de música erudita para pequenos espaços, executada por poucos músicos. Outra diferença importante é que, ao contrário das sinfônicas e das filarmônicas, as orquestras de câmara não costumam ter todos os tipos de instrumento, como os de corda, de sopro e de percussão. Na verdade, o mais comum é que elas tenham apenas um tipo deles - se for uma apresentação de corda, por exemplo, devem aparecer só violinos, violas, contrabaixos e violoncelos.