29 de setembro de 2012

Estereótipo dos Músicos


Saiba um pouco mais sobre as características e a personalidade de cada integrante da orquestra. Sei que parece brincadeira, mas me lembrei de muitos instrumentistas e músicos que conheço. Espero que gostem!!!





Maestro - Sujeito magro, porte austero. Veste-se muito bem, adoraria usar roupas mais confortáveis, mas a imagem não permite. Óculos é obrigatório. Careca (ou quase). Um cara normalmente chato, aquele que só é convidado para o "choppinho de depois do concerto" por obrigação. Olha a todos de cima, mas adoraria ser popular. Suas piadas não têm graça nenhuma, mas todos riem. Em suma, é o ídolo do violinista, mas, no fundo, no fundo, admira o trompetista. Carro preto ou prateado do ano.





Oboísta - Todo oboísta queria ser maestro, mas a timidez o impede. Sempre muito reservado, necessita ter tudo sob controle. Perfeccionista por natureza. Dedos finos e cabelo sempre bem alinhado. Fica sempre meia hora depois do ensaio, limpando o instrumento. Vai à manicure, mas é segredo! Seu momento de glória é dar o Lá para afinar a orquestra.






Violinista - Alto, sempre com pinta de importante. Adoraria ser maestro, mas acha uma posição muito inferior ao seu talento. Considera-se o mais importante da orquestra e tudo que diz reforça essa tese. Antes do ensaio, toca sempre partes do concerto de Brahms, para impressionar os outros violinistas. Quando o maestro chama a atenção de outro naipe, o violinista sempre dá um sorriso sarcástico, quase imperceptível. Sai de cada ensaio com o orgulho de "dever cumprido" e vai para casa - um apartamento minúsculo -, onde uma foto da mãe está acima do espelho gigante na sala.





Violoncelista - É um cara legal. Um amigo para toda hora, mas muito fofoqueiro. Sabe da vida de todos da orquestra. Adora tocar solos de violino nos harmônicos só para irritar os violinistas. Loiro, o cellista é mais charmoso do que bonito. Acha-se um privilegiado por não ter que levantar no final do concerto e é vaidoso.




Violista - É o coitado da orquestra. Introvertido, olhar triste. O maestro nunca lhe chama a atenção: afinal a parte a viola não tem importância mesmo. Começou na música com sonhos ambiciosos de ser um violinista de sucesso, mas por falta de talento ou estudo trocou para a viola e, desde então, é um frustrado. Juntamente com o pianista acompanhador, é um suicida em potencial, mas sem coragem para o ato. Carrega sempre o estojo surrado com a viola e sempre responde com um sorriso amarelo a pergunta "você toca violino?". Um segredo: todo violista tem um bom coração, mas ninguém percebe.





Contrabaixista - Baixinho e temperamental. Escolheu o contrabaixo para "impor respeito", mas o tiro saiu pela culatra. Estuda somente nos ensaios, a não ser que tenha que tocar uma peça barroca, onde é o único a tocar o baixo. Acha-se importante por sustentar toda a orquestra, mas na verdade sabe que ninguém o ouve. Sempre com camisa branca e cabelo curto Toca baixo elétrico secretamente.




Violonista - O melhor amigo de todo mundo. Companhia perfeita para o choppinho da tarde. Rabo de cavalo e óculos escuros são pré-requisitos. Relaxado e "eclético", mas odeia ser chamado de guitarrista. Tem vários amigos e várias namoradas. Jura que toca um instrumento clássico, mas não hesita em aceitar fazer "cachê" em barzinho de bossa nova. Passat velho ou bicicleta.




Pianista acompanhador - Olhar cabisbaixo, terno preto e surrado. Cabelos castanhos e despenteados. Carrega sempre uma pastinha com partituras. Odeia cantores, afinal "Não sabem contar". Auto-estima em baixa, é um suicida em potencial. Jura que nunca mais vai aceitar tocar "em cima da hora", mas sempre aceita uma emergência. Vive com a esperança de que alguém finalmente reconheça seu trabalho duro - o que nunca acontece.





Pianista solista - Cabelo preto e curto. Sempre ocupado porque precisa "estudar". Nunca vai a festas, e, quando aparece, vem sozinho e sai mais cedo. Quando olhamos em seus olhos, nunca sabemos o que está se passando pela sua cabeça. Tem um papo agradável, mas é um alienado em relação a assuntos extramusicais. Adora comparar gravações de outros pianistas. Tem sempre uma ou duas cantoras apaixonadas por ele, mas está sempre muito ocupado para relacionamentos. Admirado pelos violinistas, acha tocar música de câmara uma perda de tempo.



Organista - Cabelos completamente desalinhados, barba por fazer. Sempre correndo de um lado a outro carregando dezenas de partituras fora de ordem. Vive num mundo à parte. Óculos somente para leitura. Roupas amassadas e surradas. Um desavisado diria que é um professor de química ou um gênio incompreendido. Odeia pianistas. Solitário, mas fala pelos cotovelos, quando o assunto é dedilhado ou afinação da Renascença. "Deus é Buxtehude, Bach já foi prostituído pelos pianistas".





Harpista - Mulher, magra, e bem branca, com cabelos desalinhados. Muito tímida, nunca é vista entrando ou saindo dos ensaios, mas está sempre lá. Usa sempre vestidos compridos e meio "fora de moda", mas tem um sorriso simpático. Seu carro tem vários adesivos com harpas por todo lado. Adora chat rooms. Ninguém conhece seu namorado, mas ele está sempre por perto para colocar a harpa no carro depois do concerto.






Trombonista - Cabelo castanho e um pouco acima do peso. Sempre com uma piada na ponta da língua, o trombonista adora churrasco e a companhia de amigos. Adora Mahler, acha Beethoven meio devagar e morre de medo do Bolero de Ravel. Tem pelo menos um cachorro em casa e sempre que pode coloca um glissando só pra "dar um toque especial".




Trompetista - Adora sair para tomar cerveja com os amigos. Chega sempre atrasado no ensaio, mas nunca ninguém percebe. Os churrascos são sempre na sua casa. Se o maestro não está presente, fica sempre tocando a nota mais aguda possível para se mostrar. Tem os lábios rachados e usa isso para paquerar. Está sempre andando pelos bastidores fazendo "prrrrrrrrrft" com seu bocal.





Soprano - Gorda e metida não são adjetivos educados para se caracterizar uma soprano. Elas são avantajadas fisicamente e temperamentais. Têm que ser o centro das atenções - no palco e fora do palco. São invejadas pelos contraltos e adoram isso. São amantes excelentes, péssimas esposas. Vestem-se com roupas chamativas, adoram chapéus. Preferem champagne ao vinho e não sabem ler partitura: afinal aprendem tudo com o "ouvido maravilhosos que Deus lhe deu". Andam sempre acompanhadas de seu pianista-acompanhador preferido, que chamam de "maestro".





Tenor - Bem apessoado, jovem, bonito, charmoso e gay. Anda sempre com roupas modernas e na moda. Tem várias amigas e quer sempre "viver o momento". Tenta sempre parecer alegre e de bem com a vida, mas, se está de mau humor, faz questão de anunciar para todo mundo. Não toma sorvete, porque tem que "preservar a voz", mas fala sempre alto para ser ouvido do outro lado do bar. Malha regularmente, vai ao cabeleireiro e flerta com quem passar na frente.





Contralto - Morena e muito alta. Não é muito bonita, mas se veste bem. Não gosta de sopranos, mas sua "melhor amiga" é uma. Gosta muito de flores e usa um perfume forte, mas agradável. Meio desajeitada quando anda. Odeia saladas, mas está sempre cuidando do peso.




Baixo - Alto, cabelo preto e parrudo. Ninguém sabe o que está se passando na cabeça de um baixo - se é que alguma coisa existe atrás daquele olhar perdido. Meio devagar, para falar a verdade. Quer sempre ajudar o próximo, mesmo que isso atrapalhe sua vida pessoal. Suas meias nunca combinam, mas adora fazer papel de "vilão bem vestido" nas óperas. Come de boca aberta.




Fagotista - Magro, cabelo encaracolado. É o típico sujeito normal. Curioso por natureza. Sempre simpático e atencioso. Também é muito misterioso: nunca ninguém foi à casa de um fagotista. Somente os outros sopros sabem o nome dele. Dedos longos e mãos finas. Lembra Sherlock Holmes no jeito de andar.





Tubista - Sujeito acima do peso, loiro e com cabelo encaracolado. Pele oleosa e bochechas vermelhas, sua feito um porco quando toca. Ri de tudo, mas raramente entende uma piada. Gosta de comer bastante e não tem namorada.




Flautista - É o violinista das madeiras, mas não tão metido. É perfeccionista, mas sabe que o mundo não é perfeito. Adora Debussy e fica horas ouvindo suas próprias gravações. Enxerido, dá palpite até no dedilhado do trompista. Vive num mundo à parte e cuida da flauta como se fosse sua filha. É o único que não acha o som do piccolo irritante.



Clarinetista - É um cara engraçado. Veste-se bem, mas não é vaidoso. Pode ser loiro ou moreno. Toca com as sobrancelhas e é mais esperto do que inteligente. Adora ficar chupando a palheta enquanto não toca, mas, se desafina, joga a palheta fora. Não aguenta mais tocar o início da Rapsody in Blue para os outros músicos atrás do palco.





Percussionista - Magro com braços longos, o percussionista se gaba de tocar "mais de 20 instrumentos diferentes" e "tirar música de qualquer lugar", mas, por alguma razão incompreensível, sempre entra na hora errada - "culpa da orquestra que está arrastando o tempo" ele diz. Toca bateria numa banda de garagem escondido e acha o Bolero de Ravel uma chateação, mas sempre fica nervoso antes de apresentá-lo. Nos ensaios é sempre o primeiro a ir para casa e nos concertos sempre o último e ainda fica resmungando por ter que "desmontar" o "equipamento". Um cara legal que acha qualquer sinfonia clássica "cachê fácil" e jura que existe uma técnica especial de se tocar triângulo.



Trompista - Um cara discreto. Não fala muito. Tem trauma de falhar notas, por isso está sempre desmontando o instrumento para tirar a "água" durante o concerto. A parte do palco em volta da sua cadeira está sempre molhada. É sempre o último a afinar o instrumento antes do maestro entrar e, de vez em quando, ainda toca um "Fazinho" durante os aplausos só para conferir. Está sempre olhando para o fagotista para saber a hora certa de entrar: afinal não consegue contar mais de 20 compassos de pausa. Nunca reclama quando lhe chamam a atenção, mas é quase certo que faz gestos obscenos com a mão que está escondida no instrumento. Tem pesadelos antes de apresentações com o concerto para piano de Tchaikovsky.

27 de setembro de 2012

ERHU ou Violino Chinês



O Erhu é um instrumento musical originário da china com duas únicas cordas e é tocado com um arco(normalmente feito com crina de cavalo, como nos arcos de violinos comuns, mas há também os sintéticos, mas é preferível o arco de crina de cavalo). Ele é também chamado de violino chinês ou chinese violin, na língua inglesa, embora tenha aparecido muito tempo antes do violino. O instrumento é um dos mais conhecidos da china, como o guzheng e a Pipa (instrumento musical).
Através de sites de vendas online, o erhu aos poucos tem se difundido no Brasil (o que já acontece nos EUA), e muitas pessoas estão criando interesse no instrumento, embora no Brasil ainda esta difícil encontrar aulas do instrumento. Em alguns dos principais sites já há a venda (importação) do instrumento por volta de R$400,00. Aulas online são facilmente encontradas, mas a maioria em língua inglesa. Não somente o erhu, mas outros instrumentos como a pipa (instrumento musical), a flauta Dizi e o guzheng estão despertando a atenção e curiosidade do mundo, e assim, se difundindo e cada vez mais perto do Brasil.

HISTÓRIA
A origem do Erhu pode remontar a dinastia Tang, entre os seculos Vll e X. Naquela época o Erhu era um instrumento popular nas minorias étnicas do noroeste chines. Por mais de mil anos, o Erhu foi usado para fazer o acompanhamento das operas tradicionais. Mas na era moderna, ele se difundiu como um ganha-pão de artistas de rua, e por isso, não era considerado um instrumento de prestigio.
No entanto, no princípio do século XX, os moradores de Wuxi, descobriram que nas mãos de um artista de rua cego e pobre, este instrumento era capaz de reproduzir melodias de alta beleza. Através da musica, as pessoas poderiam visitar o interior do musico e ver ali a luta dele contra o destino e o anseio pela vida.
O primeiro caractere chinês do nome do instrumento ( 二 , Er , dois) é enquadrado pelo fato de que ele tem duas cordas. Outros afirmam que a explicação vem do fato de que ele é o segundo maior da família Huqin (a família dos violinos chineses). O segundo caractere ( 胡 , hu ) indica que é um membro da família Huqin. O nome Huqin literalmente significa " instrumento bárbaro", mostrando que o talvez o instrumento tenha sido originado no norte ou oeste na china, onde há povos não hans (povo tradicional chines), como mongóis (no norte) ou tibetanos (no oeste).

O CORPO
O erhu consiste basicamente em um braço vertical, cujo na parte superior há dois afinadores e na parte inferior há pequeno corpo ressonador (caixa de som) que é coberta com pele de cobra píton na frente. Duas cordas se estendem por todo o corpo do instrumento, desde os afinadores, até os dois pequenos pregos em baixo da caixa de ressonância, e uma corda que amarra as duas cordas juntas com o arco ( Qian Jin ) e para finalizar uma pequena ponte de madeira na caixa de ressonância em cima da pele, onde as duas cordas ficam apoiadas produzindo o som. Para abafar e equilibrar um pouco o som, se coloca uma especie de esponja em baixo da ponte, que pode ser de uma infinidade de materiais.
O erhu tem algumas características incomuns. Primeira é que seu som característico é produzido pela vibração da pele, ao invés de madeira, como em um violino comum. Segundo, o braço não encosta nas cordas, fazendo as notas com em um violino comum, se pressiona as corda sem elas encostarem no braço. Terceiro, o arco de crina de cavalo nunca está separada das cordas (que antes eram de seda torcida, mas que hoje são feitas geralmente de metal), que passa entre eles ao invés de sobre eles (sendo este último no caso dos violinos ocidentais). Por fim, embora haja duas cordas, elas são muito próximas, ou seja, você pressiona as duas cordas ao mesmo tempo para fazer as notas.
A corda de dentro (mais próxima ao musico) é geralmente ajustado para D4 e a corda de fora (mais grossa) para A4, quinta maior. O alcance máximo do instrumento é de três oitavas e meia, de D4 até A7. Normalmente se alcança duas oitavas e meia.
Diversas madeiras densas e pesadas são utilizados na construção de um erhu. Normalmente usam madeiras das florestas chinesas, como zi tan (紫檀 o sândalo vermelho e outras madeiras do gênero Pterocarpus como padauk ), lao hong mu (老红木 madeira vermelha), wu mu (乌木 madeira negra), e hong mu (红木 madeira vermelha). Particularmente alguns erhus são muitas vezes feitos de pedaços de móveis velhos. Um típico erhu mede cerca de 81 centímetros de cima para baixo, o comprimento do arco normalmente é de 81cm.


As partes do erhu :
  • Qin tong (琴筒), caixa de som ou corpo ressonador, é hexagonal ( liu jiao , sul), de forma octogonal ( ba jiao , norte), ou, menos comumente redondas.
  • Qin pí (琴皮), pele, feita a partir de python . A pele python dá ao erhu seu som característico.
  • Qin gan (琴杆), o pescoço/braço.
  • Qin tou (琴头) o topo, ou a ponta do braço, geralmente uma curva simples, com um pedaço de osso ou plástico em cima, mas às vezes é entalhada uma cabeça de dragão ou algo do gênero.
  • Qin zhou (琴轴). Afinadores, tradicionalmente em madeira, mas existem as versões em metal ou estacas com engrenagens (mais modernos e práticos).
  • Qian Jin (千斤), cordão que é amarrada nas cordas (unindo-as) junto ao braço, menos comumente, um gancho de metal. Sua posição depende do tamanho do braço do musico.
  • Nei xian (内弦), uma coluna interna, geralmente sintonizado para D4, mais próxima a pele. Chamada de "Alma" nos violinos ocidentais.
  • Wai xian (外弦), corda externa, mais fina, geralmente sintonizado A4.
  • Qin ma (琴码), ponte, feita de madeira.
  • Gong (弓), o arco, tem um dispositivo de parafuso para variar a tensão da crina.
  • Gong gan (弓杆), a madeira do arco, normalmente uma vara curva, feita de bambu.
  • Gong mao, a crina do arco (弓毛), normalmente de rabo de cavalo, onde as mechas são muito maiores, pois a crina tem de dar duas voltas, aonde de um lado há uma borracha onde se pressiona, junto com um gancho, por onde ela da a volta, e do outro lado um buraco no bambu por onde se passa a crina e há uma especie de nó trançado amarrado por uma linha de náilon junto ao bambu, geralmente branca ou preta.
  • Qin dian (琴垫), almofada ou um pedaço de esponja, feltro, ou um pano colocado entre as cordas e pele abaixo da ponte para melhorar o seu som.
  • Qin tuo (琴托) - Base, um pedaço de madeira colocado no em baixo da caixa de ressonância, para proporcionar uma superfície lisa sobre a qual repousam sobre a perna do musico. É onde se encontram os dois pregos onde se colocam as outras pontas das cordas.

TÉCNICAS PARA TOCAR O ERHU
Afinação - O erhu é quase sempre ajustados para o intervalo de uma quinta. A corda de dentro (mais próxima ao musico, e mais grossa) é geralmente ajustada para D4 e a corda de fora para A4.

Posição - O erhu é tocado com o musico sentado, com a caixa de som colocadas na parte superior da coxa esquerda e o pescoço do instrumento na posição vertical.

Mão Direita - O arco é usado com uma pressão da mão para traz (Corda grossa) e para frente (corda fina). A cerda do arco é ajustada para ficar um pouco frouxa  A tensão é fornecida pelos dedos da mão direita. A cerda do arco é colocado entre as duas cordas e ambos os lados da crina são usadas ​​para produzir o som, o musico empurra o arco para fora quando se tocar a corda A (a corda fora), e puxa-o para dentro, quando se for tocar a corda de dentro (D). No erhu pode ser feito pizzicato também.

Mão esquerda - A mão esquerda altera o tom das cordas, pressionando a corda nos pontos harmônicos. Como o instrumento não tem trastes, as notas são um pouco confusas. Técnicas incluem hua yin (deslisamento), rou xian (vibrato), huan ba (mudança de posição).

Algumas técnicas para o Violino




Pizzicato - Os violinistas nem sempre usam o arco quando tocam - de vez em quando beliscam as cordas, o que é chamado de "pizzicato" (pronuncia-se pitzi-cato). Raramente o pizzicato se estende pela melodia inteira, mas no balé Sylvia o compositor francês Delibes escreveu um movimento inteiro em que todos os instrumentos de corda deixam de lado seus arcos para tocar a famosa Polka-Pizzicato. Quando lêem na partitura a palavra "arco", os executantes interrompem o pizzicato e voltam a usar o arco.

Tocando com surdina - Fixando-se um grampo de madeira sobre o cavalete do violino, reduz-se a força das vibrações que alcançam a caixa de ressonância. Isso funciona com uma surdina, ou abafador de som. Violinos em surdina soam muito distantes e delicados. Os compositores usam os termos italianos "con sordini" (com surdina) e "senza sordini" (sem surdina).

Sul ponticello - Expressão italiana que significa "na pontezinha". Em partitura para violino, indica que o violinista deve passar o arco próximo ao cavalete, o que origina um som de timbre agudo, de arranhudura.

Col legno - O excitante começo de "Marte, o Mensageiro da Guerra", da suíte de Holst Os Planetas, apresenta as cordas soando com um curioso efeito estalado. É o que se chama col legno - "com a madeira". O arco é seguro de lado, de tal maneira que cada nota tocada a madeira do arco bata na corda.

Vibrato - Uma das importantes técnicas de instrumentos de cordas. O dedo da mão esquerda que prende a corda oscila levemente, causando uma flutuação no tom e enriquecendo o som. O vibrato é usado sobretudo em notas longas. Alguns violinistas preferem não usá-lo quando tocam músicas muito antigas.

Corda dupla - significa tocar duas notas de uma só vez. Alguns compositores pedem acordes de três e até quatro notas, mas no violino não é possível tocar simultaneamente mais do que duas notas.

Harmônicos - São notas suaves, semelhantes às da flauta, produzidas pelo toque muito leve sobre a corda (sem pressionar a nota) e a delicada passagem do arco. São usadas com mais freqüência na música moderna.

Glissando - A palavra indica ao executante que deve escorregar o dedo sobre a corda, de uma nota a outra (o que permite que todos os sons interpostos sejam ouvidos). Os glissandos aparecem quase exclusivamente nas músicas do século XX.

Um pouco sobre o Contrabaixo





O surgimento do contrabaixo originalmente remonta no século XV. O instrumento antigo mais famoso é o contrabaixo de três cordas de Domenico Dragonetti (1763 – 1846) feito pelo luthier Gasparo da Salò (1542 - 1609). Nesse período o instrumento mais comum nos grupos de câmera, no registro contrabaixo (uma oitava abaixo do baixo), era o violone, da família da viola da gamba, mas a partir do século XVIII, o já mencionado Domenico Dragonetti, grande virtuoso, popularizou o instrumento, primeiro em Veneza e depois em outros lugares da Europa. Instrumento "híbrido" entre a família do violino e da viola da gamba teve seu destaque por ter mais projeção sonora que então podia acompanhar melhor o crescimento das orquestras no período clássico.

O Contrabaixo é o mais profundo instrumento musical da família das Cordas. Há Pessoas que ainda o chamam, tradicionalmente, de Rabecão. Apresenta um volume físico maior do que o Violoncelo, com cordas mais longas e mais grossas. Difere na forma dos outros membros de sua família (anteriormente já apresentados), tendo as espaldas (ombros) do instrumento mais inclinadas e a parte posterior (tampo) plana.

O Contrabaixo é tocado na posição vertical, apoiado ao solo através de um pequeno espigão metálico. O contrabaixista senta-se em uma banqueta de altura conveniente, ou coloca-se de pé atrás do instrumento, ficando a mão esquerda para digitar as cordas e a mão direita para o arco ou para o pizzicato.

O Contrabaixo não apresenta a mesma variedade e qualidade de timbre dos outros instrumentos da família. Os seus registros são: grave, médio, agudo e sobre-agudo.

Normalmente, os Contrabaixos possuem quatro cordas. Às vezes, cinco.

A afinação das cordas do Contrabaixo difere totalmente da mesma afinação do Violino, Viola e Violoncelo. No Contrabaixo de quatro cordas, as mesmas são afinadas em quartas justas, desta maneira:

1a. Corda - Sol (corda mais delgada);
2a. Corda - Ré;
3a. Corda - Lá;
4a. Corda - Mi (corda mais grossa).

A quinta corda, quando houver, é afinada em Dó, nível grave abaixo do Mi (4a. Corda), sendo afinada segundo uma terça maior.

A extensão normal deste instrumento musical é de duas oitavas e uma quinta diminuta.

A voz do Contrabaixo, quando ferido pelo arco, é grave, severa e áspera. Presta-se, muito bem, para ampliar melodias de outros instrumentos, dando ressonância às Cordas ou a toda massa orquestral ("tutti").

Um pouco sobre o Violoncelo



O violoncelo (ou cello, uma forma abreviada, derivada do italiano) que hoje conhecemos teve origem no esplendor musical do Século XVI na Itália, em um processo evolutivo da família das cordas. Embora isso, o violoncelo foi usado principalmente como instrumento acompanhante até o século XVIII, quando passou a ser importante como instrumento solista e no quarteto de cordas.

No entanto encontramos na antiguidade instrumentos que até podem ser considerados pais do violoncelo, na medida em que são instrumentos de corda friccionada por um arco, emitindo som semelhante. É o caso do Ravanastron, instrumento criado no Ceilão há 5000 anos atrás, e que ainda hoje pode ser encontrado em versões usadas por monges budistas. É um instrumento menor que o cello atual, com caixa de formato retangular.

O nome violoncelo parece ter se firmado por volta de 1680 a partir do termo violoncino, um diminuto de violone , como era conhecido o precursor do cello ainda no Séc. XVII. Dentre todos os instrumentos da orquestra o violoncelo é o que guarda mais similitude com a voz humana, cobrindo desde o Baixo até o Contralto, em uma extensão de quase 4 oitavas.

O formato do Violoncelo acompanha o formato do Violino, evidentemente guardando as devidas proporções, sendo bem maior. E, por causa de seu tamanho, o Violoncelo é tocado na posição vertical, com o executante sentado prendendo-o levemente entre os seus joelhos. Apoia-se ao solo através de um espigão metálico regulável.

Procedente da antiga Viola de Gamba (tipo de Viola que se tocava segurando-a entre as pernas), o atual Violoncelo apareceu nas orquestras por volta do ano de 1560.

Os efeitos produzidos pelo Violoncelo são os mesmos dos instrumentos da família , apresentados anteriormente. O seu timbre é sério, sombrio, às vezes grave. Mas, também, bastante lírico, em seu registros mais agudos.

Os seus registros são: grave, médio, agudo e sobre-agudo.

A extensão do Violoncelo engloba três oitavas e uma quinta justa.

Assim como o Violino e a Viola, o Violoncelo apresenta a afinação de suas cordas segundo quintas justas, isto é:

1a. Corda - Lá ( corda mais delgada);
2a. Corda - Ré;
3a. Corda - Sol;
4a. Corda - Dó (corda mais grossa).

As partituras musicais para Violoncelo são escritas na Clave de Fá na quarta linha, para as notas graves; na Clave de Dó na quarta linha, para as notas médias e na Clave de Sol, para as notas agudas.

Um pouco sobre a Viola



A viola (também chamada "alto" ou "viola de arco") é um instrumento musical da mesma família do violino (de arco e quatro cordas) e visualmente se assemelha a este (inclusive na maneira de se tocar), entretanto possui um som mais encorpado, doce, menos estridente e mais grave, sua altura é intermediária entre o violino e o violoncelo. Além destes três instrumentos, a família dos instrumentos de cordas friccionadas por arco possui o contrabaixo(chamado acústico).

A viola foi criada entre os séculos XIV e XV. A viola como a conhecemos hoje possivelmente surgiu da Viola D'amore. A palavra viola foi utilizada por muito tempo (antes do Século XVI) para identificar genericamente qualquer instrumento de arco.

A Viola é mais antiga do que o Violino, sendo um pouco maior e mais pesada do que ele. E, como o Violino, é também colocada sob o queixo para ser tocada.

A Viola apresenta as mesmas considerações já referidas ao Violino, no que se refere à forma, nomenclatura, arco, etc., assim como os seus registros.

A extensão normal da Viola é de três oitavas e uma terça maior, sendo que as suas partituras musicais escrevem-se na Clave de Dó na terceira linha e na Clave de Sol, para os registros agudos.

As quatro cordas da Viola são afinadas por quintas justas, da seguinte maneira:

1a. Corda - Lá (corda mais delgada);
2a. Corda - Ré;
3a. Corda - Sol;
4a. Corda - Dó (corda mais grossa).

Os mesmos efeitos de expressão do Violino, são obtidos pela Viola.

O timbre da Viola apresenta uma característica mais opaca, com relação ao Violino. No entanto, sua voz revela uma suavidade excepcional, principalmente nas imediações de seu registro agudo.

26 de setembro de 2012

Um pouco sobre o Violino




A palavra violino vem do latim médio, vitula, que significa instrumento de cordas. O nome Violino significa pequena Viola. Sua origem vem de instrumentos trazidos do Oriente Médio Hoffman. Os primeiros violinos foram feitos na italia entre os meados do fim do século XVI e o início do século XVII, evoluindo de antecessores como a rebec, a vielle e a lyra da braccio. A sua criação é atribuída ao italiano Gasparo de Salò. Durante duzentos anos, a arte de fabricar violinos de primeira classe foi atributo de três famílias de Cremona: Amati, Guarneri e Stradivarius. Toda a invenção do violino foi conduzida pelas raízes do instrumento milenar chines erhu, as raízes deste instrumento foram os instrumentos de cordas friccionados por arco mais antigos já descobertos.

Consideramos que o Violino é um dos instrumentos musicais mais conhecidos. Uma pessoa, por mais afastada que possa estar da Música, pelo menos uma vez em sua vida já viu ou ouviu um Violino. É infalível!

Por esta razão, desnecessário é descrever o Violino, com relação ao seu formato, características físicas ou construção. Mesmo porque, os bons fabricantes de Violinos guardaram ou guardam os segredos sobre detalhes construtivos, materiais empregados, tratamentos especiais, processos, etc. Enfim, todos aqueles macetes que levam ao aprimoramento e à quinta-essência deste nobre instrumento musical. E ainda mais, a sua construção, esmeradamente artesanal, é constituída de mais de oitenta peças ou partes, requerendo conhecimentos especializados.

O Violino, desde meados do século XVI até os nossos dias, pouco mudou, apenas sofrendo alterações em alguns pequenos detalhes.

Já o arco do Violino sofreu melhorias mais acentuadas, no correr dos anos, adequando-se mais perfeitamente ao instrumento.

O Violino, e isto também não é novidade, é tocado sendo seguro contra o peito, com a sua caixa de ressonância entre o ombro e o lado esquerdo do queixo. A mão esquerda é usada para dedilhar as suas cordas e a mão direita, para manejar o arco sobre as cordas ou dedilhá-las diretamente com as pontas dos dedos, fazendo pizzicato.

As partituras musicais para o Violino são escritas na Clave de Sol.

A extensão de escala do Violino compreende três oitavas e uma sexta maior e os seus registros são: grave, médio, agudo e sobre-agudo.

A afinação das quatro cordas do violino faz-se por quintas justas. Assim, temos:

1a. Corda - Mi (corda mais delgada);
2a. Corda - Lá;
3a. Corda - Ré;
4a. Corda - Sol (corda mais grossa).

Além de seu timbre eminentemente lírico e de extrema beleza, o Violino é capaz de reproduzir uma extensa gama de expressões, tais como: legato, martellato, saltando, con sordino (através do uso de uma peça, semelhante a um pente), pizzicato, tremolo, sulponticello, col legno e, principalmente a geração de harmônicos, recurso que amplia a sua extensão.

Por isto, o Violino é considerado por muitos como um instrumento perfeito, o Rei dos instrumentos das orquestras, o intérprete universal dos sentimentos.

Na orquestra, o líder do naipe de primeiro-violino é chamado de spalla. Depois do maestro, ele é o comandante da orquestra. O spalla fica bem à esquerda do maestro, logo na primeira estante do naipe de primeiro-violino. O som geralmente é produzido pela ação de friccionar um Arco de madeira sobre as cordas. Esticada sobre o arco está a Crina, que pode ser feita de vários fios de crina de cavalo, ou de material sintético, porém a crina de cavalo tem maior qualidade no som. Antes de tocar o instrumento, o violinista passa sobre as crinas do arco uma cera chamada Breu, que tem o efeito de produzir o atrito entre os fios da crina e as cordas, gerando o som. O som produzido pelas cordas é transmitido ao corpo oco do Violino, à caixa de ressonância, pela alma, um cilindro de madeira que fica dentro do corpo do violino, mais ou menos embaixo do lado direito do cavalete. A alma liga o tampo superior ao inferior do violino, fazendo com que o som vibre por todo o corpo.

O Violino requer muitos cuidados, já que é um instrumento "sensível" às variações de temperatura e umidade, além de ser muito frágil. Recomenda-se sempre passar por ele uma flanela limpa e seca após tocá-lo e, sempre, guardá-lo em local longe do sol, poeira e umidade. Dar polimento no violino é raramente necessário. Limpeza do violino com polidores de móveis e/ou água pode danificar o verniz e a acústica do violino (a água pode causar rachaduras no violino). É sempre bom afrouxar o arco após o uso, para que o mesmo não fique torto.

Merece ser apreciado. Merece ser aplaudido!!!

As principais partes de um Violino





Principais partes do Violino


Afinador - Pequeno parafuso que permite precisão na afinação das cordas.

Arco - É feito de muitos fios de crina de cavalo ajustados à extremidades de uma peça de madeira longas e curva. As crinas são tencionadas para a execução e afrouxadas quando o arco não está sendo usado. Afrouxar o arco ajuda a preservar a flexibilidade da madeira do arco. O Arco para o Violino é como a respiração para os cantores ou os instrumentistas de sopro. Seus movimentos e sua articulação constituem a "dicção" dos sons e a articulação das células rítmicas e melódicas. Todas as nuanças sonoras, colorido e dinâmica musical do Violino estão intimamente ligadas à relação existente entre a condução do arco e a precisão dos movimentos sincronizados da mão esquerda.

Cravelhas - Afina o instrumento girando as cravelhas para trás e para frente a fim de retesar ou afrouxar as cordas. Os violinos desafinam com facilidade, especialmente com mudanças de temperatura, ou em viagens longas. Um violino precisa ser afinado muitas vezes até que as cordas novas se acomodem.

Cavalete - é a peça na qual se apoiam as 4 cordas distendidas. A parte inferior do cavalete - dois pequenos pés - fica apoiada no plano harmônico do violino (tampo superior - o inferior chama-se fundo). Pequenas ranhuras no cavalete mantêm as cordas no lugar. O cavalete transforma as vibrações horizontais em verticais e depois transmite as vibrações das cordas para o corpo do violino.

Cordas - Antigamente eram feitas de tripa de carneiro. Hoje são de aço cromado ou de material sintético, revestidas com uma fita metálica de alumínio, níquel, ou, as melhores, de prata. A afinação padrão para as cordas seguindo por ordem de espessura é Mi (1ª corda, a mais aguda), Lá (2ª corda), Ré (3ª) e Sol (a 4ª corda, a mais grave).

Estandarte - Cada corda fica presa com segurança no estandarte ou na presilha do estandarte.

Fixo - é um pequeno acessório metálico que se prende no estandarte, no furo correspondente às cordas. Possui um parafuso que ao girá-lo, permite precisão na afinação da corda.

Ouvidos ou efes - São os orifícios que ajudam as vibrações geradas no corpo do instrumento a atingir o espaço externo e finalmente nossos ouvidos, onde se convertem em som.

Queixeira - Peça anatômica que serve para o violinista acomodar de maneira mais confortável o violino ao queixo. Foi inventada pelo alemão Ludwig Spohr.